Gilmar Mendes atribue revelação de Janot a problema psiquiátrico
O ministro Alexandre de Moraes determinou a retirada do porte de armas de Rodrigo Janot e a proibição do acesso do ex-PGR ao Supremo Tribunal Federal
SBT News
O ministro Gilmar Mendes confessou que ficou surpreso após o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter revelado que planejava assassina-lo em pleno Supremo Tribunal Federal, em 2017. Gilmar lamentou que, segundo ele, por um bom tempo casos importantes do país ficaram reféns de alguém que confessou ter impulsos homicidas.
Gilmar Mendes recomendou que o ex-PGR procure ajuda psiquiátrica: "Eu tenho a impressão de que se trata de um problema grave de caráter psiquiátrico. Mas isso não atinge apenas a mim, atinge todas as medidas que ele pediu e foram deferidas no STF. Denúncias, investigações e tudo mais. É Isso tem que ser analisado pelo país."
Após a tentativa de assassinato ter vindo a tona, o ministro pediu que o STF adote medidas de seguranças, e solicitou que a Corte retire o porte de arma do ex-PGR e impeça o acesso de Rodrigo Janot à corte. Os pedidos foram acatados pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou as proibições ao ax-PGR. A entrada que os ministros do STF e o procurador-geral utilizam não possui um detector de metal.
A OAB questionou a falta de revista para os políticos, já que advogados, jornalistas e o público em geral, entram por outra porta que conta com fiscalização, e irá pedir para que o STF passe a revistar juízes e promotores também.
O Supremo Tribunal Federal informou que já tem medidas para garantir a segurança de ministros e funcionários.
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, reapresentante de vários investigados da Lava Jato, contestou as decisões de Janot: "Ele, durante tantos anos, ficou à frente da procuradoria pedindo prisão, pedindo investigações, pedindo buscas e apreensão, deixando que vazamentos se dessem e agora demonstra esse grau absoluto de descontrole".
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também comentou sobre as revelações do ex-PGR:
"Quem é que vai querer investir num país desse? Você vai investir? Você vai investir no Brasil hoje, chega a conclusão que o procurador-geral entrou armado no Supremo, pra matar o ministro do Supremo. Eu fico pensando, fico pensando... Pelo menos espero que a Polícia Federal já tenha tirado o porte de arma dele. Pelo menos isso, para a gente ficar um pouco mais tranquilo. Esse é o Brasil".