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Jornalismo

Suspeito revela à Polícia Federal como chegou a Glenn Greenwald

Em depoimento, Walter Delgatti disse que conseguiu entrar em contato com o jornalista por meio de Manuela D"Ávilla. Ele teria invadido o celular dela

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Suspeito revela à Polícia Federal como chegou a Glenn Greenwald
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Preso desde terça-feira (23), em Brasília, o hacker Walter Delgatti Neto relatou, em depoimento à Polícia Federal, que conseguiu entrar em contato com o jornalista do 'The Intercept Brasil', Glenn Greenwald, por intermédio da ex-candidata a vice-presidente Manuela D'Ávila (PCdoB-RS). 

O suspeito contou que, em 12 de maio, no Dia das Mães, invadiu o celular de Manuela e, em seguida, ligou para ela. Walter disse que contou a ela que possuia materiais referentes a conversas entre integrantes do Ministério Público. 

Segundo o hacker, ao perceber que Manuela não havia acreditado nele, decidiu enviar a ela o áudio de um diálogo entre dois procuradores. 

Dez minutos após o envio, Walter disse à PF que o próprio Glenn Greenwald entrou em contato com ele, afirmando o seu interesse no material. O suspeito alegou ainda que todo o acervo de mensagens foi repassado ao jornalista pela internet, de forma anônima e sem cobrar nada em troca.

Em nota, divulgada nesta sexta-feira (26), Manuela D'Ávilla confirmou que tenha colocado o hacker em contato com o Greenwald - e relatou como se deu o contato com o suposto invasor: 

"No dia 12 de maio, fui notificada pelo aplicativo Telegram e que, naquele mesmo dia, meu dispositivo havia sido invadido no Estado da Virgínia, Estados Unidos. 

Minutos depois, pelo mesmo aplicativo, recebi mensagem de uma pessoa que, inicialmente, se identificou como alguém inserida na minha lista de contatos para, a seguir, afirmar que não era quem supunha que fosse, mas que era alguém que tinha obtido provas de graves atos ilícitos praticados por autoridades brasileiras. 

Sem se identificar, mas dizendo morar no exterior, afirmou que queria divulgar o material por ele coletado para o bem do país, sem falar ou insinuar que pretendia receber pagamento ou vantagem de qualquer natureza.

Pela invasão do meu celular e pelas mensagens enviadas, imaginei que se tratasse de alguma armadilha montada por meus adversários políticos. Por isso, apesar de ser jornalista e por estar apta a produzir matérias com sigilo de fonte, repassei ao invasor do meu celular o contato do reconhecido e renomado jornalista investigativo Glenn Greenwald.

Desconheço, portanto, a identidade de quem invadiu o meu celular, e desde já, me coloco a inteira disposição para auxiliar no esclarecimento dos fatos em apuração. Estou, por isso, orientando os meus advogados a procederem a imediata entrega das cópias das mensagens que recebi pelo aplicativo Telegram à Polícia Federal, bem como a formalmente informarem, a quem de direito, que estou à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos sobre o ocorrido e para apresentar meu aparelho celular à exame pericial"

 

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