Disputa política pela Fórmula 1: Bolsonaro X Doria

O Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 virou uma disputa política entre o presidente Jair Bolsonaro, que quer levar o evento para o Rio, e o governador João Doria, que tenta manter a prova em São Paulo. 

Nesta terça-feira (25), a novela teve mais um capítulo. Ao lado do dirigente mundial da F1, Chase Carey, as autoridades de São Paulo foram diretas: "No ano passado, nós tivemos um Grande Prêmio que gerou de impacto econômico para cidade de São Paulo 334 milhões de reais. Aliás, um Grande Prêmio que ocorreu sem nenhum incidente", argumentou o prefeito da capital paulista, Bruno Covas. 

A reunião para tratar da renovação do contrato com a cidade, que vai até 2021, já estava marcada quando o presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta quinta-feira (24), em Brasília, que havia "99% de chance ou mais" de que a Fórmula 1 fosse realizada "a partir de 2021 no Rio de Janeiro".

Bolsonaro ainda aproveitou a oportunidade para fazer uma cobrança pública ao governador do estado João Doria: "O que a imprensa diz é que ele será candidato a presidente em 2022. O que ele deve pensar é no país, e não no estado de São Paulo".

No encontro desta terça-feira (25), Doria respondeu ao "recado" do presidente: "Como governador eleito do Estado de São Paulo, ao lado do prefeito eleito da cidade de São Paulo, nossa obrigação é defender São Paulo. Eu lamento frustrar o presidente Bolsonaro do ponto de vista da interpretação de que 99,5% da decisão está tomada. A decisão não está tomada". 

Os dirigentes da competição, que vieram ao Brasil discutir o assunto, afirmaram que querem manter a competição aqui no país, onde o esporte "tem muitos fãs e muitos heróis". 

No entanto, os representantes da categoria dizem que estão ouvindo as propostas das duas cidades para, só então, decidir onde será mais vantajoso realizar as provas a partir de 2021. "Nosso objetivo é ficar no Brasil", assegurou Chase Carey.