Funcionárias da Funai denunciam diretor da fundação por assédio moral
O SBT Brasil teve acesso, com exclusividade, a duas das denúncias protocoladas pelas vítimas, que relatam cenas de desrespeito e humilhação
SBT News
Funcionárias da Funai, em Brasília, denunciaram o diretor de administração e gestão, Rogério Guimarães, por assédio moral. O SBT Brasil teve acesso, com exclusividade, a duas das denúncias protocoladas na ouvidoria da fundação, na última sexta-feira (03). Os relatos são de constrangimentos, gritos e ofensas.
Duas das vítimas, que pediram para não ser identificadas, trabalham diretamente com Guimarães, que é responsável pelo funcionamento de toda a Fundação Nacional do Índio.
Uma delas, secretária bilíngue, formada em relações internacionais, contou ser humilhada, diariamente, na frente de outros funcionários. "Ele vai lá e solta um xingamento ou uma palavra para me ofender."
A secretária relatou que, apesar do medo de perder o emprego, a exaustão emocional lhe deu coragem para fazer a denúncia. "Eu estou emocionalmente acabada. Estou pagando terapia para continuar lá. Não estou aguentando mais. Pode ser que a gente chegue na segunda-feira e seja demitida, mas, pelo menos, a minha consciência vai estar tranquila", ela desabafou.
Outra secretária, bacharel em direito e com curso técnico de secretariado, também narrou o seu cotidiano de ofensas e desrespeito. "Ele foi, falou que a gente era muito burra, tanto eu quanto a secretária direta dele, nós duas éramos muito burras e incompetentes. Ele fica nervoso, bate porta, grita e xinga", contou.
Rogério Guimarães é servidor de carreira e tem um extenso currículo na administração pública. Antes de assumir a diretoria da Funai, no Governo Bolsonaro, já havia trabalhado nos Ministérios da Educação, da Justiça, do Esporte e na Caixa Econômica Federal.
A ministra Damares Alves, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que, na gestão de Jair Bolsonaro, passou a ser responsável pela Funai, informou que soube das denúncias no domingo (05) e que ligou para o presidente da fundação, pedindo apuração imediata do caso.
Em nota, a Funai declarou que as denúncias serão apuradas pela instituição.