Ministério da Educação bloqueia 30% da verba de universidades federais
Segundo o ministro Abraham Weintraub, a medida é para punir o que chamou de "mau desempenho acadêmico e bagunça" nas instituições
SBT News
O Ministério da Educação, o MEC, anunciou na noite desta terça-feira (30), um corte de 30% nos repasses de recursos federais aos orçamentos de universidades e institutos.
Inicialmente, o bloqueio de quase um terço da verba anual fora confirmado somente para três instituições: a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal de Bahia (UFBA).
Mais tarde, porém, o secretário da Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Junior, informou que o bloqueio de recursos será aplicado a todas as universidades federais.
O anúncio ocorreu após uma série de declarações feitas pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, de que o ministério cortaria os repasses como forma de punição às instituições que apresentassem "mau desempenho acadêmico" e que promovessem "balbúrdia" em suas instalações. As universidades UnB, UFF e UFBA foram citadas como exemplos do que definiu como "bagunça".
"Universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas", declarou Weintraub.
O ministro ainda argumentou que as universidades têm propiciado a realização de eventos políticos e festas inadequadas em suas sedes e que, por isso, acreditava que tais condições representavam uma "sobra de dinheiro" empregada para promover "bagunça e evento ridículo".
Em março, o Governo Federal já havia anunciado um contingenciamento na educação no valor de mais de cinco bilhões de reais.
A medida anunciada nesta terça-feira, entrou em vigor na semana passada. Segundo o Ministério da Educação, os programas de pesquisa não serão prejudicados pelos cortes.
Sem detalhar os critérios utilizados para efetuar os bloqueios, Abraham Weintraub declarou que, além do comportamento que caracterizou como "balbúrdia", considerou também o desempenho acadêmico abaixo do esperado.
As três universidades citadas pelo ministro, a UnB, a UFF e a UFBA, aparecem em pelo menos três rankings de melhores desempenhos, um nacional e dois internacionais.