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Uso de drogas entre caminhoneiros preocupa autoridades e revela falhas em regulamentação

Para os caminhoneiros, o uso da cocaína tem o objetivo de se manter acordado, reduzir o tempo das viagens e fazer mais entregas

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O exame toxicológico é obrigatório antes do condutor ser contratado por uma empresa, repetido a cada dois anos e meio | (Agência Brasil)
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O depoimento é chocante, feito por um caminhoneiro que há 40 anos ganha a vida nas estradas do país.

"A cocaína está em todos os lugares. É mais fácil encontrar cocaína nas beiras de estrada do que rebite. Você chega de madrugada nos postos, já tem os caras lá, riscando o isqueiro. Quando estão riscando o isqueiro, é porque é droga: crack, cocaína", relata Marildo, motorista.

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O que Marildo conta acaba de ser detectado nos primeiros dias de vigência da portaria que tenta apertar o cerco aos motoristas que consomem drogas psicoativas e vão para o volante.

O exame toxicológico é obrigatório antes do condutor ser contratado por uma empresa, repetido a cada dois anos e meio, e quando ele for desligado. Além disso, o condutor poderá ser sorteado sem aviso para realizar o teste, que também é exigido na renovação da CNH nas categorias C, D e E. O exame detecta o consumo de drogas até noventa dias antes.

Para os caminhoneiros, o uso da cocaína, assim como era no passado o rebite à base de anfetamina, tem o objetivo de se manter acordado, reduzir o tempo das viagens e fazer mais entregas.

Segundo o Movimento SOS Estradas, há mais de 3,5 milhões de motoristas nas categorias profissionais que não cumprem a regra.

"Isso é muito grave. Isso representa 26% do total de condutores habilitados. Temos aí a ponta de um iceberg que está sendo revelado por essa política pública. A verdade é que o motorista não comparece para fazer o exame, seja autônomo ou contratado por empresas, porque eles não passam no exame. Por isso que a positividade, a gente chama de positividade escondida, é aquela das pessoas que não aparecem no laboratório e, naturalmente, não terão um laudo dessas pessoas", afirma um representante do movimento.

Essa situação ressalta a necessidade urgente de fiscalização mais rigorosa e de medidas eficazes para garantir a segurança nas estradas do país.

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