União, Estado e municípios devem atuar em conjunto para evitar novas enchentes no RS, diz relatório internacional
Documento solicitado pela prefeitura de Porto Alegre afirma que houve falha nos sistemas de prevenção da cidade
Um relatório internacional sugere a criação de um sistema de previsão de inundação para o Rio Grande do Sul que envolve o governo federal, estadual e municipal. A conclusão é do DRRS (Sistema de Relatórios de Prontidão de Defesa, em tradução livre), órgão holandês contratado pela prefeitura de Porto Alegre para ajudar em ações após a enchente que atingiu o estado entre abril e maio deste ano.
+Investimento para recuperação do RS deve somar mais de R$ 98 bilhões
O relatório foi divulgado na íntegra nesta segunda-feira (26). Nele, a instituição recomenda a criação de um sistema de prevenção para bacias dos rios Jacuí, Caí, Sinos, Gravataí e a Lagoa dos Patos. Para isso, seria necessário a contribuição dos municípios, do estado do RS e de órgãos como a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), de esfera nacional.
A recomendação faz parte de uma série de medidas a serem tomadas a longo prazo. "Com base em experiências internacionais, o estudo, desenvolvimento e tomada de decisão para melhoria estrutural da gestão de inundações levará pelo menos dois anos", diz um trecho do relatório.
Além disso, o órgão analisou a capacidade das estruturas de prevenção, como as casas de bombas, diques e comportas e concluiu que o sistema falhou. Os diques construídos há décadas apresentam altura insuficiente em vários pontos, deixando a cidade vulnerável.
As estações de bombeamento também falharam por estarem em locais inadequados, abaixo do nível de proteção dos diques. Por fim, as comportas da cidade, equipamentos essenciais para controlar o fluxo de água, não funcionaram ou estavam faltando. O desenho do sistema foi feito para um certo nível de água e magnitude e, como o evento foi maior, por causa de três fenômenos climáticos, todo o volume de água ficou concentrado em um curto intervalo de tempo e em elevadas intensidades, contribuindo para a sua ineficiência.
Os fenômenos foram os seguintes:
- Áreas de instabilidade em grande parte do Estado;
- Massa de ar úmida proveniente da Amazônia;
- Frente fria proveniente do Atlântico.
Os holandeses também apontaram sugestões, como medidas a curto prazo, entre elas, garantir um sistema de bombeamento temporário e preparar um plano abrangente de resposta a inundações de várias entidades. +Amazônia bate recorde de queimadas em menos de um mês: 2,5 milhões de hectares