Tarcísio diz que professores "não têm o melhor salário, mas têm muito amor"
Sindicato repudiou falas e lembrou que, desde a aprovação do piso salarial da profissão, São Paulo não paga o mínimo da categoria
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reconheceu as precariedades das condições de trabalho dos professores da rede pública e afirmou que os educadores têm muito amor para trabalhar.
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Na manhã desta terça-feira (20), durante a apresentação do programa Alfabetiza Juntos SP, que busca atingir a alfabetização das crianças de até sete anos de idade, Tarcísio disse:
“Vamos ter pessoas designadas em cada diretoria de ensino para atuar na formação dos professores, que são nosso maior bem, aliás, os professores dão um duro danado. Os professores têm uma competência e um entusiasmo e a gente sabe que o melhor professor ainda não tem a melhor condição, a gente sabe que eles não têm a melhor estrutura, a gente sabe que eles não têm o melhor salário, mas eles têm muito amor”.
O governador não se pronunciou sobre a dificuldade que milhares professores do estado estão enfrentando durante a atribuição de aulas após mudança no concurso público.
As escolas estaduais promoveram três dias de planejamento para as aulas, mas quase 40% dos professores não participaram desses encontros por não terem aulas distribuídas e escolas selecionadas para trabalhar.
"Quando a gente conseguir resolver as questões fiscais, a gente vai dar para o professor o que eles merecem. Mas, eles têm feito um grande trabalho", afirmou o governador.
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Em entrevista ao SBT News, Fábio Santos de Moraes, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), repudiou as falas do governador e lembrou que, desde a aprovação do piso salarial da profissão, em 2008, São Paulo não paga o valor mínimo da categoria.
“Nós repudiamos o Estado mais rico do país e o chefe do governo dizer que não paga o salário decente, não dá a estrutura necessária, mas os professores estão atuando porque amam? Por favor, o papel dele era ter garantido a estrutura, as condições de trabalho e um salário digno”, afirmou.
Para Fábio, o amor pela profissão é apesar do governador e não por causa dele. “Os professores, quando ingressam nas escolas, abrem a porta de aula, olham os alunos e falam que vão transformar a vida das crianças. Mas, não é por causa do governador. É por causa daquelas crianças que estão lá. E aí vamos à luta para melhorar as questões e as condições sociais, a estrutura, porque, sem isso, não vai para frente”.