Suspeita de envenenar bolo com arsênio é encontrada morta na prisão
Mulher era nora de Zeli dos Anjos, responsável por preparar o bolo e uma das seis pessoas envenenadas; Deise Moura dos Anjos era suspeita de 4 mortes
Emanuelle Menezes
Deise Moura dos Anjos, presa por suspeita de envenenar o bolo de Natal que matou três pessoas em Torres, no litoral do Rio Grande do Sul, em dezembro de 2024, foi encontrada morta na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, na manhã desta quinta-feira (13).
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A mulher era nora de Zeli dos Anjos, de 60 anos, responsável por preparar o bolo e uma das seis pessoas envenenadas. Três vítimas morreram. Ela também é suspeita da morte do sogro, em setembro de 2024.
Paulo Luiz dos Anjos morreu após apresentar sintomas de uma intoxicação alimentar grave. Ele havia ingerido bananas e leite em pó dados pela nora. O Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul (IGP-RS) confirmou que o sogro de Deise também ingeriu arsênio antes de morrer.
Deise era casada com o filho de Paulo e Zeli há cerca de 20 anos. De acordo com pessoas próximas, a relação dela com a sogra era conturbada. Ela teria entregado um pacote de farinha de trigo com arsênio para Zeli, que preparou o bolo de Natal envenenado.
As vítimas fatais do envenenamento do bolo foram duas irmãs de Zeli e uma sobrinha: Neusa Denise Silva dos Santos, de 65 anos, Tatiana Berenice Silva dos Anjos, de 43 anos, e Maida Berenice Flores da Silva, de 58 anos. O marido de Maida e um menino de 10 anos, neto de Neuza, também foram envenenados, mas se recuperaram. Zeli ficou internada na UTI, mas recebeu alta.
Uma perícia realizada no celular da suspeita localizou buscas na internet, feitas em novembro, sobre arsênio, substância tóxica encontrada nas vítimas. Deise foi presa em janeiro sob acusação de triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e com emprego de veneno, e tentativa de triplo homicídio. Ela também era investigada pela morte do sogro.