Sequência de acidentes com vans escolares acende alerta sobre cuidados com transporte de crianças
No estado de São Paulo, foram mais de 200 multas desde o início do ano, quase metade das infrações aplicadas em todo o segundo semestre de 2024
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Nathalia Fruet
Todos os dias, cerca de 4 mil vans transportam 140 mil estudantes para creches e escolas da rede pública na maior cidade do Brasil. Os pais confiam a segurança de seus filhos aos motoristas. Mas uma sequência de acidentes envolvendo vans escolares no Brasil acendeu um alerta sobre os cuidados que pais e motoristas precisam ter.
Em Belo Horizonte, duas crianças ficaram feridas quando o sistema de freios de uma van falhou e a motorista jogou o veículo contra um muro para evitar algo mais grave.
Em São Paulo, uma van com 20 crianças foi atingida por um ônibus na zona leste. Já na zona sul, outro veículo perdeu o controle e colidiu contra um muro.
De janeiro até a metade de fevereiro deste ano, foram registradas 202 multas a motoristas de vans escolares apenas no estado de São Paulo, de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP). Esse número representa quase metade das infrações aplicadas em todo o segundo semestre de 2024, quando foram registradas 470 autuações.
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Requisitos para transporte escolar
Para conduzir um transporte escolar, os motoristas precisam possuir a categoria “D” na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e realizar dois cursos obrigatórios. Além disso, as vans devem contar com travas de segurança nas janelas e portas, passar por três vistorias por ano e o tacógrafo (dispositivo que registra a velocidade) precisa ser fiscalizado a cada dois anos.
Marcelo Martins dos Santos, dono de van e presidente de uma cooperativa que atua em São Paulo, destaca a importância do cumprimento das normas. “Eles passam por aqui, verificam todos os itens de segurança, os documentos do condutor e do monitor. Se a pessoa estiver irregular, ela sofrerá as consequências”, alerta.
Outro ponto importante é verificar a reputação dos motoristas antes de contratar o serviço, conforme destaca Luís Flora, vice-presidente da Comissão de Trânsito da OAB-SP. “Hoje, com as redes sociais, é muito fácil pesquisar e avaliar a conduta do motorista. Não falamos apenas de acidentes e riscos, mas da personalidade da pessoa que está conduzindo menores”, explica.
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Quando o transporte envolve bebês e crianças de até quatro anos, há exigências específicas. Algumas prefeituras, ao firmarem contratos de transporte, determinam que os veículos tenham cadeirinhas adequadas, cintos de três pontos e alarmes para alertar quando as portas estiverem abertas.