Secretário de Segurança de Campo Grande (MS) pede desculpas por elogiar Hitler
"Eu queria ser um terço daquele líder", disse, na ocasião; ele afirmou que se defendia de uma comparação com o responsável pelo Holocausto
Wagner Lauria Jr.
Anderson Gonzaga da Silva Assis, secretário especial de Segurança e Defesa Social de Campo Grande (MS), pediu desculpas, nesta quarta-feira (6), por elogiar Adolf Hitler, militar e político alemão que foi líder do Partido Nazista e responsável por um dos maiores genocídios da história da humanidade, o Holocausto.
A declaração foi dada durante uma reunião com membros da Ronda Ostensiva Municipal (ROMU) do município no início deste ano.
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"Lamento profundamente qualquer desconforto que possa ter causado e reitero meu compromisso com os valores de respeito, ética e humanismo, que são fundamentais para o ambiente de trabalho que todos nós buscamos construir e manter", disse.
Ele ressaltou que o tema surgiu durante uma fala na qual se defendia de um vídeo em que era comparado a Hitler.
"Em nenhum momento minha intenção foi minimizar as atrocidades cometidas por Hitler e seu regime", afirmou.
O que Anderson disse?
Na gravação, de cerca de uma hora, o secretário afirma que a Alemanha se tornou uma potência "graças a Hitler" e que, apesar de seu regime autoritário, ele era "estrategista" e "inteligente".
"Infelizmente, quando mexe com pessoa, seres humanos, cada um pensa de um jeito [...] Eu tenho a minha consciência, fizeram até videozinho meu aí na internet chamando de Hitler. Eu até admiro Hitler, porque foi um cara inteligente", afirmou na ocasião
"Eu queria ser um terço daquele líder", completou Anderson, em referência ao ditador.
Apologia ao nazismo é crime no Brasil?
De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), ainda não há investigação formal sobre o caso. No entanto, a apologia ao nazismo é crime pela lei nº 7.716/1989 e a pena prevista é de um a cinco anos de reclusão, além de multa.
O que diz a lei?
- Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: de um a três anos.
- Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. Nesses casos, a prisão pode chegar a cinco anos.
No entanto, ainda não há informações sobre qualquer ação legal em andamento relacionada ao caso.