Saiba quem é o padre de Osasco que está entre os 37 indiciados em plano golpista
De acordo com a PF, José Eduardo de Oliveira e Silva faria parte de núcleo jurídico que produziu documentos que seriam utilizados no golpe
Derick Toda
Roberto Pascoal
Um padre da Diocese de Osasco, Grande São Paulo, está entre os 37 indiciados pela Polícia Federal, como Jair Bolsonaro, ex-ministros, militares e pessoas próximas ao antigo governo, no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado no país.
Os investigados podem responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa, além do golpe de Estado.
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Padre no núcleo jurídico
O católico José Eduardo de Oliveira e Silva foi alvo da operação Tempus Veretatis da PF, em fevereiro deste ano. Ele é citado na investigação por suspeita de integrar um núcleo jurídico que produziu decretos e minutas que seriam utilizados para o golpe após as eleições presidenciais de 2022, de acordo com o ministro Alexandre de Mores, do Supremo Tribunal Federal.
Além do padre, o grupo era integrado pelo ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Anderson Torres, pelo coronel Mauro Cid e Flipe Martins, ex-ajudante de ordens e ex-assessor especial do presidente, respectivamente. O advogado Amauri Feres Saad era o quinto integrante do núcleo jurídico.
O documento da Tempus Veretatis indica que o padre participou de reunião com Filipe Martins e Amauri Feres Saad no dia 19 de novembro de 2022, em Brasília, para tratativas do plano golpista. Na data, os controles de entrada e saída do Palácio do Planalto registraram a entrada e a saída do religioso da sede do governo federal.
Durante a operação, ele foi proibido de manter contato com os demais investigados e precisou entregar os passaportes como medida cautelar. Além disso, o padre é investigado pela criação de fake news.
"Como apontado pela autoridade policial, ‘José Eduardo possui um site com seu nome no qual foi possível verificar diversos vínculos com pessoas e empresas já investigados em inquéritos correlacionados à produção e divulgação de notícias falsas’", de acordo com Moraes.
Religioso ataca identidade de gênero
Nascido em Piracicaba, interior de São Paulo, José Eduardo se mudou para Osasco e se tornou sacerdote da Diocese, em 2006.
Doutor em Teologia Moral na Universidade de Santa Cruz, em Roma, ele obteve projeção nas redes sociais ao realizar ataques contra a diversidade de gênero e a educação sexual.
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Após a operação da PF, negou envolvimento em atividades golpistas. "Abaixo de Deus, em nosso país, está a Constituição Federal. Portanto, não cooperei nem endossei qualquer ato disruptivo da Constituição", declarou. O SBT News pediu um novo posicionamento para o padre, que não respondeu. O espaço segue aberto.