RJ: vazamento de produto químico interrompe fornecimento de água
2 milhões de pessoas foram afetadas; poluente foi detectado ainda na captação e interrupção foi feita para que a água contaminada não chegasse às residências
Fabiano Martinez
O vazamento de um produto químico interrompeu o fornecimento de água em cinco cidades da região metropolitana do Rio de Janeiro. A paralisação ocorreu na etapa de produção de água captada, não tratada, do Sistema Imunana-Laranjal.
O corte no abastecimento, que já dura três dias, afetou cerca de 2 milhões de pessoas. Moradores de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, parte de Maricá e da Ilha de Paquetá, reclamam que não estavam preparados para a interrupção do serviço e que já estão praticamente sem água.
A solução para quem não tem cisterna em casa é comprar água. O valor do caminhão-pipa subiu cerca de 500% durante esses três dias. “Ninguém tem dinheiro para comprar água não. Quem é que tem dinheiro? Um salário mínimo” desabafou a aposentada Bárbara Rocha.
O produto químico tolueno vazou de um oleoduto desativado, localizado em um ponto do Rio Guapiaçu, em Guapimirim, na Baixada Fluminense. A concentração do poluente, que não pode passar de 30 microgramas, chegou a bater 58. Avaliações de qualidade da água são feitas de hora em hora.
O tolueno é um produto extremamente tóxico e a ingestão ou inalação pode causar dores de cabeça, tontura e até coma. Em nota, o governo estadual disse que para impedir que a água contaminada do Rio Guapiaçu chegue ao ponto de coleta da Cedae, uma barreira foi montada em conjunto com o Inea (Instituto Estadual do Ambiente).
No pronunciamento, o estado acrescentou que acionou concessionárias para que auxiliem a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) no fornecimento de carros pipas para serviços essenciais como escola e hospitais e recomendou que a população evitasse realizar tarefas que consumam muita água.
