Rio Grande do Sul chega a 15 mortes por leptospirose após enchentes
Informação foi divulgada pela Secretaria de Saúde do estado. Outras 4 mortes estão sendo investigadas
SBT News
A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul confirmou, nesta quarta-feira (5), mais duas mortes por leptospirose após as cheias que atingiram o estado desde o fim de abril. Com isso, o estado chega a 15 vítimas fatais da doença.
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Uma das vítimas foi um homem de 51 anos, residente em Novo Hamburgo, que tinha um histórico de exposição às águas de inundação. Os sintomas começaram no dia 13 de maio, com náusea seguida de vômitos, dor muscular e falta de apetite, mas sem registro de febre. A morte ocorreu em 30 de maio.
O outro óbito também foi comunicado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) do Rio Grande do Sul. O homem, de 50 anos, residente em Igrejinha, também tinha histórico de exposição às águas das enchentes. Os sintomas iniciaram em 16 de maio, com sensação febril, náusea seguida de vômitos, calafrios, dor muscular e falta de apetite.
Os resultados positivos foram confirmados após análise do Laboratório Central do Estado (Lacen-RS), em Porto Alegre. Mais 4 mortes estão em investigação. Ao todo, foram notificados 3,6 mil casos suspeitos da doença, sendo que 242 foram confirmados.
A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda e transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados, que pode estar presente na água ou lama em locais com enchente. O contágio pode ocorrer a partir do contato da pele ou de mucosas com a água contaminada.
Quais são os sintomas da leptospirose?
Os primeiros sintomas da leptospirose surgem de cinco a 14 dias após a contaminação. Os principais sintomas são:
- febre
- dor de cabeça
- fraqueza
- dores no corpo (em especial, na panturrilha)
- calafrios
Atenção! Aos primeiros sintomas, procure um serviço de saúde imediatamente.
Outra característica marcante da doença, em alguns casos, é apresentar olhos vermelhos. Quadros mais graves ocorrem em aproximadamente 15% dos indivíduos, a partir da segunda semana, quando há aumento da produção de anticorpos. Os principais sintomas nesta fase são:
- icterícia (pele e olhos amarelados)
- insuficiência renal
- alteração no nível de consciência
- hemorragia
- tosse seca e falta de ar, que podem indicar comprometimento dos pulmões
Como se prevenir em enchentes?
Em situações de inundação, o Ministério da Saúde recomenda as seguintes medidas de prevenção:
- Cubra cortes ou arranhões com bandagens à prova d’água;
- Se possível, utilize botas e luvas para reduzir o contato com a água contaminada, ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés;
- Após as águas baixarem, retire a lama e desinfete pisos, paredes e bancadas com água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%), na proporção de um copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 15 minutos (sempre com a proteção de luvas e botas de borracha);
- Não nade ou beba água doce de fonte que possa estar contaminada pela água da enchente;
- Descarte alimentos e medicamentos que tiveram contato com a água da inundação;
- Trate a água antes do consumo, fervendo ou utilizando hipoclorito de sódio;
- Caso seja profissional de saúde ou de resgate, use equipamentos de proteção individual (EPIs);
- Mantenha os alimentos guardados em recipientes bem fechados;
- Deixe a cozinha limpa, sem restos de alimentos, e retire as sobras de alimentos ou ração de animais domésticos antes do anoitecer;
- Mantenha o terreno limpo e evite entulhos e acúmulo de objetos nos quintais.