Prisão de líder de facção foi uma vitória contra crime organizado, diz Lewandowski
Tuta está detido no presídio federal de segurança máxima em Brasília; ministro afirma que não há chance de contato com Marcola

Victória Melo
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse nesta segunda-feira (19) que o governo brasileiro teve uma "vitória muito importante contra o crime organizado" com a prisão de Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta.
Almeida chegou a ser o "número 2" de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, um dos fundadores do Primeiro Comando da Capital (PCC). Marcola está detido na penitenciária de federal de Brasília, para onde Tuta encaminhado. De acordo com Lewandowski, não há chance de contato entre eles.
"Nós temos nos presídios federais um protocolo extremamente rígido, jamais a lotação é completa para que os supervisores tenham amplo controle de tudo o que acontece. E, de tempos em tempos, de forma aleatória e absolutamente confidencial, os presos são transferidos para outras penitenciárias federais", explicou o ministro.
Condenado no Brasil a 12 anos de prisão pela prática dos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, Tuta estava foragido e constava na lista de Difusão Vermelha da Interpol desde 2020.
Tuta: preso na Bolívia após apresentar documento falso
O narcotraficante foi detido na cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, na última sexta (16), após apresentar documentação falsa, com nome de Maycon da Silva, em uma unidade policial para tentar renovar o registro de estrangeiro.
Almeida foi expulso pelas autoridades bolivianas e entregue à Polícia Federal (PF) em Corumbá (MS), cidade na fronteira com o país vizinho, nesse domingo (18). Ele foi encaminhado ao presídio federal de segurança máxima em Brasília. O translado foi feito a bordo de um avião da PF.
A operação foi coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE/Itamaraty), com participação de 50 policiais federais e 18 integrantes da Polícia Penal Federal, além do apoio das polícias Militar e Civil do Distrito Federal.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que a operação foi um "sucesso" e "exemplo" da cooperação entre as forças policiais no mundo.