Prefeito de Porto Alegre pede que moradores deixem bairros Cidade Baixa e Menino Deus
Quem conseguiu escapar escolheu o litoral norte gaúcho como destino, e as poucas estradas sem bloqueios ficaram congestionadas
Nesta segunda-feira (6), a prefeitura de Porto Alegre emitiu um comunicado para que a população deixe dois dos principais bairros do centro da cidade, já que mais de nove mil pessoas estão desabrigadas.
A água subiu de repente e levou pânico aos moradores dos bairros Menino Deus e Cidade Baixa, na região central da cidade. Rapidamente, a enxurrada tomou dezenas de ruas. Enquanto isso, nas redes sociais, o prefeito de Porto Alegre fez o alerta:
"O sistema de bombeamento dessa região precisou ser desligado por segurança", explicou Sebastião Melo. "Então, quero recomendar aos moradores que saiam dessas áreas, se puderem. Não fiquem em um lugar térreo”, disse ele em vídeo publicado nas redes sociais.
Houve correria, pessoas carregavam animais de estimação no colo e enfrentavam a água para salvar o que podiam. Ao SBT, a funcionária pública Anelise Palma conta que conseguiu pegar apenas uma mochila e dois gatos.
Sem detalhes das áreas atingidas, a população se dividia entre a dúvida de abandonar a casa e ter precaução. Os policiais carregaram até tanques de oxigênio – tudo isso para ajudar na retirada de um grupo de idosos de um residencial transferido para um hotel no sábado, devido ao alagamento. Desta vez, a urgência era para retirá-los novamente, porque a água na rua não parava de subir.
Voluntários também ajudaram na retirada dos idosos. O desespero era tanto que um senhor com uma sonda foi levado em cima de uma caminhonete. Todos os moradores do asilo residencial geriátrico foram retirados às pressas.
Em outro local, barcos auxiliaram no resgate. Um pescador relatou: "Eu trouxe o barco para tirar as pessoas ilhadas."
No final da tarde, a prefeitura deu detalhes sobre a extensão dos novos alagamentos. Quem conseguiu escapar escolheu o litoral norte gaúcho como destino, e as poucas estradas sem bloqueios ficaram congestionadas. As prefeituras das cidades litorâneas já aguardavam esse fluxo de porto-alegrenses e afirmaram estar preparadas.
“Eu compreendo as empresas privadas ficarem abertas, mas vamos analisar quais serviços são, de fato, essenciais, pois o tráfego de pessoas atrapalha quem trabalha para salvar vidas nesse momento caótico. Ainda não é uma decisão de fechar, mas poderemos tomá-la”, reforçou Sebastião.