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Polícia da Bahia se consolida como a que mais mata no Brasil em 2024

Estado deixa para trás SP e RJ na lista de letalidade policial; em média, 18 pessoas foram mortas por dia por agentes de segurança no Brasil no 1º trimestre

Polícia da Bahia se consolida como a que mais mata no Brasil em 2024
Policiais da Bahia em operação (Divulgação/SSPBA)
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A polícia da Bahia lidera o ranking das que mais matam em 2024. Das 1.657 mortes em ações policiais nos três primeiros meses do ano, 454 foram na Bahia. São Paulo, segundo na lista do trimestre, teve metade disso, 220; o Rio de Janeiro, que historicamente liderava, duas vezes menos, 152.

Em média, no primeiro trimestre, 18 pessoas foram mortas por dia no Brasil pela polícia. Mesma média de 2023, ano em que houve 6.389 registros no país, com recorde de mortos na Bahia. Os números são do Ministério da Justiça e Segurança, que reúne estatísticas dos estados desde 2023 para os Dados Nacionais de Segurança Pública

Em números gerais, no início deste ano houve ligeira queda nos índices de letalidade policial do país em relação a 2023. Mas, na Bahia, a queda ocorre em proporção menor. O estado enfrenta problemas com a violência e mortes pelo menos desde 2020, quando era administrado pelo atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).

Dados do Ministério da Justiça e Segurança

O número de assassinatos, latrocínios e outros crimes com mortes vem crescendo desde então no estado e bateu recorde em 2023, com o governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Dos 77 mil registros de assassinatos, tentativas de assassinato, latrocínios e lesão corporal com morte registrados no país no ano passado, 7,7 mil foram na Bahia. O estado liderou o ranking, à frente de São Paulo, com 7,1 mil vítimas, e do Rio, com 6,9 mil. Quando considerados os números relativos ao total de habitantes, o problema é mais evidente. No país, foram 37,9 mortes para cada 100 mil habitantes em 2023. Na Bahia, esse índice chega a 55,2.

Na Bahia, as forças de segurança têm reforçado o enfrentamento ao crime organizado e às facções. Em setembro do ano passado, um policial federal foi morto durante uma operação conjunta com as polícias locais para ocupação de uma área dominada pelo crime organizado, no bairro de Valéria, em Salvador. Quatro criminosos morreram durante a Operação Fauda, realizada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco).

Além do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho, outras oito facções disputam territórios do tráfico no estado. Os conflitos colocaram municípios baianos no topo das cidades com maior número de assassinatos do país.

Enquanto o número de mortes violentas tem diminuído, a queda nas mortes policiais não tem acompanhado o ritmo.

Criminalidade em alta

No caso das mortes cometidas por policiais, a virada na Bahia começou em 2021. Foram 6.495 casos no país, 1.352 da polícia baiana e 1.356 dos policiais fluminenses. São Paulo teve 578 casos. O número de mortes por policiais no Brasil foi liderado pelo Rio de Janeiro até aquele ano.

Em 2022, o Rio perdeu a liderança, e a Bahia passou ao topo dessa estatística. O SBT News isolou os registros de mortes por ação policial no governo Jerônimo Rodrigues. No período de janeiro de 2023 até abril de 2024, foram 8.370 mortos pela polícia no país. Dessas, 2.310 na Bahia. No mesmo período, 1.023 no Rio de Janeiro e 724 em São Paulo.

Para comparação, a reportagem reuniu casos de janeiro a dezembro de 2022 e dos primeiros quatro meses de 2021 — no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foram 8.819 vítimas, índice maior que no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Do total, 1.927 casos no Rio e 1.836 na Bahia.

Reação ao crime

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que houve redução no total de mortes violentas em 2024, com queda de 8,7%, e que vem aumentando o enfrentamento ao crime organizado.

"A Secretaria da Segurança Pública da Bahia ressalta que as mortes violentas apresentam uma redução de 8,7%, em 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado. Informa ainda que ampliou, nos últimos 16 meses, o combate às facções envolvidas com tráficos de drogas e armas, além de homicídios", informou a SSP da Bahia, por meio de nota.

A secretaria "destaca ainda que, neste período, a Inteligência norteou a repressão qualificada, resultando na localização de 70 líderes de facções, na captura de 24 mil criminosos, na apreensão de 8 mil armas de fogo, entre elas 80 fuzis, número recorde, e na retirada de 15 toneladas de drogas das ruas".

"SSP enfatiza também que o Investimento na capacitação das tropas e na ampliação do uso da tecnologia tem como principal objetivo a preservação da vida", continuou.

Dados

Os dados são do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp). O validador de dados estatísticos foi lançado há um ano, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Aberto a consultas, ele reúne 28 indicadores, denominados "Dados Nacionais de Segurança Pública". A base de dados estava prevista no plano nacional de segurança, implantado a partir de 2018.

O sistema permite que o Ministério da Justiça consolide dados nacionais oficiais de segurança até o 15º dia do mês subsequente. A plataforma é abastecida com informes dos estados. Por isso, pode haver atraso nas contagens.

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