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Pantanal é o bioma que mais secou em quase 40 anos, aponta MapBiomas

Queda na superfície da água, que encolheu em todo o país, aconteceu antes das queimadas que atingem bioma neste ano

Pantanal é o bioma que mais secou em quase 40 anos, aponta MapBiomas
Incêndio no Pantanal atingiu, até o momento, 541 mil hectares da região do Pantanal, área equivalente a três cidades de São Paulo | Joédson Alves/Agência Brasil
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A superfície de água em todo o Brasil ficou abaixo da média histórica em 2023. É o que aponta o levantamento do MapBiomas, divulgado nesta quarta-feira (26). A maior queda foi registrada no Pantanal, que ficou 61% abaixo da média histórica, iniciada em 1985, no ano passado.

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Segundo a entidade, os biomas estão sofrendo com a perda da superfície de água desde 2000, com a década de 2010 sendo a mais crítica. Houve perda de água em todos os meses do ano passado em relação a 2022. Considerando a média de todos os biomas, a queda é de 1,5% em relação à média histórica.

No entanto, alguns biomas tiveram aumento na superfície na água.

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“Enquanto o Cerrado e a Caatinga estão experimentando aumento na superfície da água devido à criação de hidrelétricas e reservatórios, outros, como a Amazônia e o Pantanal, enfrentam grave redução hídrica, levando a significativos impactos ecológicos, sociais e econômicos. Essas tendências, agravadas pelas mudanças climáticas, ressaltam a necessidade urgente de estratégias de adaptação de gestão hídrica”, avaliou, em nota, Juliano Schirmbeck, coordenador técnico do MapBiomas Água.

Biomas que apresentaram queda

Pantanal

Com a queda, a superfície da água no bioma chegou a 382 mil hectares, o que representa apenas 2% do total da superfície brasileira. No ano passado, apenas 2,6% do bioma estavam cobertos de água, com redução da área alagada e do tempo de permanência da água.

Na comparação com 2018, última grande cheia do Pantanal, o ano passado foi 50% mais seco. O Mapbiomas disse também que apesar de não ter fechado os dados de 2024, não houve o pico de cheia, mas pico de seca, que deve se estender até setembro.

Amazônia

Representando a maior parte da superfície da água brasileira (62% do total). Em 2023, o bioma apresentou redução de 3,3 milhões hectares de 2023 em relação a 2022.

A entidade ressalta que, em 2023, a Amazônia sofreu seca severa: de julho a dezembro, abaixo da média histórica do MapBiomas Água, sendo que o período de outubro a dezembro registrou as menores superfícies de água da série. O episódio levou ao isolamento de populações e à mortandade de peixes, botos e tucuxis, apontou o MapBiomas.

Pampa

A queda no Pampa foi a menor, de 1,3% em relação a 2022. Apesar disso, quase 10% da superfície de água do Brasil em 2023 estava no Pampa, ou seja, mais de 1,7 milhão de hectares. De acordo com o MapBiomas, em 2023 o Pampa teve o primeiro quadrimestre mais seco da série histórica. As cheias no Rio Grande do Sul, entre setembro e novembro, recuperaram a superfície de água no Pampa, mas ainda assim ela se manteve 2% abaixo da média histórica.

Biomas que apresentaram alta

Cerrado

Em 2023, o Cerrado teve a maior superfície de água desde 1985, chegando a 1,6 milhão de hectares ou 9% do total nacional. O número é 11% acima da média histórica no bioma. A entidade explica que o ganho de superfície de água se deu em áreas antrópicas, que aumentaram em 363 mil hectares, uma variação positiva de 56,4%. Os corpos de água naturais, por sua vez, perderam 696 mil hectares, o que representa queda de 53,4%.

Caatinga

Na Caatinga foi registrado um acréscimo de 6% em relação a média histórica, mesmo após o bioma enfrentar um longo período de estiagem, que se estendeu por sete anos, resultando em uma das maiores secas do Nordeste desde 2018, aponta a entidade. O ano passado registrou uma superfície de água de quase 975 mil hectares.

Mata Atlântica

A superfície de água na Mata Atlântica em 2023 ficou 3% acima da média histórica, superando os 2,2 milhões de hectares ou 12% e segundo lugar do total nacional, conforme dados do levantamento.

No ano passado, a entidade ressalta que a Mata Atlântica registrou elevados níveis de precipitação em alguns municípios, levando a inundações em áreas agrícolas e deslizamentos.

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