Pantanal e Cerrado: incêndios nos biomas devastaram área equivalente a 1135 campos de futebol no MS
Conclusão é de levantamento feito pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS com o Corpo de Bombeiros
O Mato Grosso do Sul vive uma crise climática em suas florestas devido aos incêndios impulsionados pelo calor e tempo seco que atingem o estado.
No Cerrado mato-grossense, quase 470 mil hectares foram queimados entre 1º de janeiro e 16 de junho deste ano, o que equivale a 660 campos de futebol. Isso representa um aumento de 154,9%, em relação ao mesmo período do ano passado.
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No Pantanal em MS, que abriga grande parte dos animais existentes no Brasil, foram cerca de 340 mil hectares destruídos pelas chamas, equivalente a 475 campos de futebol. O aumento proporcional foi ainda maior de 1886,4%, em comparação ao ano passado.
Os municípios de Corumbá (82,6%), Aquidauana (8%) e Por Montinho (6,2%) concentraram 96,8% dos focos de calor no Pantanal.
Essa é a conclusão de um levantamento realizado pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (CEMTEC) em conjunto com o Corpo de Bombeiros Militar (CBM-MS), divulgado na segunda-feira (17).
Segundo o estudo, 27 mil hectares de terras indígenas, no Pantanal e no Cerrado, foram queimados, uma área que equivale ao território de Alagoas. No mesmo período do ano passado, apenas 150 hectares foram atingidos pelas chamas. Além disso, do espaço impactado, 130 mil hectares devastados eram de unidades de conservação.
A análise não especifica a origem do fogo. Porém, desde de abril, mais de 280 bombeiros atuaram nas ações de prevenção, preparação e combate aos incêndios florestais.
Previsão do tempo
Para os próximos dias, a previsão indica permanência do tempo quente e seco na maior parte do Mato Grosso do Sul, com temperatura acima dos 30 º C e umidade relativa do ar entre 20 a 30%, sem chance de chuva.
"As condições meteorológicas previstas e a situação climática atual são extremamente favoráveis para ocorrência e rápida propagação dos incêndios florestais em Mato Grosso do Sul", afirma o estudo por meio de dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da UFRJ (LASA).