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Operação no PI, MA e TO fecha quase 50 postos de combustíveis por suspeita de ligação com facção

Força-tarefa fez buscas em endereços ligados a empresários e a um ex-vereador e ex-secretário de Teresina

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Operação Carbono Oculto 86 investiga infiltração de facção criminosa no setor de combustíveis | Divulgação/SSP-PI
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A operação policial Carbono Oculto 86 fechou nesta quarta-feira (5) 49 postos de combustíveis nos estados de Piauí, Maranhão e Tocantins, em investigação que apura infiltração da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor para lavagem de dinheiro do crime organizado.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), as ações no estado foram antecipadas após movimentações detectadas pelos setores de inteligência, o que levou ao cumprimento imediato das ordens judiciais. Todo o material recolhido foi registrado sob a coordenação do delegado Francírio Queiroz, responsável pela parte cartorária da operação.

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Veja lista de municípios em que postos foram interditados:

  • Piauí: Teresina, Lagoa do Piauí, Demerval Lobão, Miguel Leão, Altos, Picos, Canto do Buriti, Dom Inocêncio, Uruçuí, Parnaíba e São João da Fronteira;
  • Maranhão: Peritoró, Caxias, Alto Alegre e São Raimundo das Mangabeiras;
  • Tocantins: São Miguel do Tocantins.
Avião apreendido durante força-tarefa Carbono Oculto 86 | Divulgação/SSP-PI
Avião apreendido durante força-tarefa Carbono Oculto 86 | Divulgação/SSP-PI

O Instituto de Metrologia do Piauí (Imepi) também participa da operação, investigando possíveis fraudes em bombas de combustíveis. Denúncias relatam casos em que consumidores teriam pagado por quantidades de combustível superiores à capacidade real dos tanques de seus veículos. O IMEPI e a Delegacia de Crimes contra a Ordem Tributária (DECCOTERC) apuram a suspeita de adulteração e manipulação nos sistemas de medição dos postos.

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Até o momento, não houve prisões, mas os investigadores consideram fortes os indícios de ligação entre os empresários locais e o esquema nacional desarticulado pela operação Carbono Oculto.

A ação foi coordenada pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) e contou com o apoio do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e de laboratórios de inteligência financeira.

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Empresários e ex-vereador estão entre alvos

A Polícia Civil do Piauí iniciou a operação Carbono Oculto 86 na tarde dessa terça (4), com cumprimento de pelo menos dez mandados de busca e apreensão em Teresina e em outros municípios. Entre os alvos estão empresários, suas esposas e o ex-vereador e ex-secretário municipal de Relações Institucionais de Teresina, Victor Linhares (PP), também teve endereços ligados a ele incluídos nas buscas.

O Cidadeverde.com busca contato com o ex-vereador para esclarecimentos a respeito da investigação. O espaço segue aberto para manifestações e posicionamentos.

De acordo com as investigações, empresários piauienses, sócios de duas redes de postos de combustíveis, seriam responsáveis por movimentações financeiras ligadas a um esquema nacional de lavagem de dinheiro, fraude e ocultação de patrimônio.

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Durante as diligências, quatro veículos e diversos documentos foram apreendidos e encaminhados à sede da SSP, onde estão sendo analisados pelo Laboratório de Lavagem de Dinheiro.

As diligências no Piauí são um desdobramento da operação deflagrada em agosto de 2025, que envolveu forças policiais em oito estados brasileiros.

O cruzamento de informações indicou que o grupo criminoso utilizava empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para movimentar recursos ilícitos por meio do setor de combustíveis, que teria registrado uma movimentação superior a R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024.

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