Prefeito de SP assina decreto para encerrar contratos com empresas investigadas por ligação com o PCC
Intenção de encerrar contratos com Transwolff e UPBus já havia sido anunciada por Ricardo Nunes. Empresas terão 15 dias para se defender
SBT News
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), assinou nesta sexta-feira (27) o decreto que inicia o processo para rescindir os contratos com as empresas de ônibus Transwolff e UPBus, que estão sendo investigadas por envolvimento com o crime organizado. O ato será publicado no Diário Oficial da Cidade neste sábado (28).
O SBT News já havia informado a intenção do prefeito de encerrar os contratos. Segundo Nunes, ambas as empresas serão notificadas e terão um prazo de 15 dias para apresentar defesa. Caso a prefeitura não aceite os argumentos apresentados, será iniciado o processo para contratar novas empresas.
O prefeito afirmou ainda que as explicações fornecidas até o momento pelas companhias “não foram suficientes” para encerrar a intervenção iniciada em abril, durante a Operação Fim da Linha.
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A Transwolff opera na Zona Sul da capital e a UPBus, na Zona Leste, transportando juntas cerca de 700 mil passageiros por dia. No ano passado, as empresas receberam mais de R$ 800 milhões da prefeitura.
As investigações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apontam que a UPBus estava envolvida em esquema de lavagem de dinheiro, com sócios ligados ao PCC, como Silvio Luis Ferreira (o “Cebola”). Ferreira, foragido da Justiça, teria injetado mais de R$ 20 milhões na empresa entre 2014 e 2021, elevando o capital da companhia para permitir sua vitória na licitação da prefeitura. O presidente da UPBus, Ubiratan Antônio da Cunha, está preso.
A Transwolff, por sua vez, enfrenta várias reclamações e opera mais de 100 linhas na capital paulista. Seu fundador, Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o "Pandora", foi processado em 2006 por supostamente ajudar a resgatar um membro do PCC e atualmente responde em liberdade às acusações da Operação Fim da Linha. O contrato da Transwolff com a Prefeitura de São Paulo foi firmado em 2019, com validade de 15 anos.
Apesar do rompimento, a Prefeitura garantiu que o serviço de transporte público continuará sem prejuízos à população. Também afirmou que funcionários e fornecedores receberão pagamentos regularmente. Desde abril, a SPTrans tem supervisionado as operações das empresas para assegurar a continuidade dos serviços. +Bandeira verde: Aneel mantém conta de energia mais barata em janeiro