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Número de laqueaduras feitas pelo SUS subiu quase 68% em seis anos

Entre mulheres de até 29 anos o aumento foi de 60%. Mudanças recentes na lei ampliaram o acesso ao procedimento

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O número de laqueaduras de trompas, realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), registrou uma alta de 67,9% entre 2016 e 2022. Entre as mulheres de até 29 anos, auge da idade reprodutiva, o aumento foi de 60%. O dado seria resultado da ampliação no acesso ao procedimento, após recentes mudanças na legislação.

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A partir deste ano, vigora no país uma nova lei que regula a laqueadura. A idade mínima passou de 25 para 21 anos, independentemente, da mulher ter ou não filho. Além disso, deixa de existir uma antiga exigência: a autorização do companheiro para realizar a cirurgia.

Taline se beneficiou da mudança. Aos 24 anos, mãe do Rogério e da Sílvia, optou por operar 4 meses após o nascimento da caçula. "Eu amo meus filhos, mas eu tenho um projeto futuro. Eu tenho o sonho de ser enfermeira e acho que acaba privando, tanto na questão financeira como na vida. Eu não tenho tempo", relata a jovem.

A ginecologista e coordenadora de um programa de Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Albertina Duarte Takiuti, considera a Lei de Planejamento Familiar um avanço porque empodera a mulher sobre decisões a respeito do próprio corpo, mas alerta: o SUS oferece a laqueadura, mas a reversão, em caso de arrependimento, não.

"30% das mulheres, em algum momento, se arrependem, porque elas são cobradas pela sociedade, muito mais do que os homens. O SUS e os convênios não pagam a reversão", explica a ginecologista.

O procedimento no sistema privado custa em torno de R$ 30 mil, e nem sempre dá certo. A médica defende que o SUS amplie a oferta de métodos contraceptivos para que as mulheres tenham mais opções, antes da cirurgia.

"Que ela [a paciente] saiba corretamente quais são os métodos que ela necessita, para ter opções... ah, não quero ter uma pílula anticoncepcional, não quero usar outro método. Mas, importantíssimo, a laqueadura não protege das doenças sexualmente transmissíveis", conclui a especialista.

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