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No Brasil, cinco jovens são assassinados a cada duas horas, aponta Atlas da Violência

21.856 jovens foram mortos em 2023; 81,6% dos homicídios foram cometidos com armas de fogo

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No Brasil, cinco jovens são assassinados a cada duas horas. O dado faz parte última edição do Atlas da Violência, divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Segundo o estudo, armas de fogo foram usadas em 81,6% dos homicídios cometidos contra jovens no país. As vítimas entre 15 e 29 anos representam quase metade dos mais de 45 mil homicídios contabilizados em 2023.

+ Atlas da Violência: Brasil tem menor taxa de homicídios em 11 anos, mas assassinatos de mulheres aumentam

Em 2023, o Brasil perdeu 21.856 jovens para a violência. Isso equivale a uma média de 60 assassinatos por dia nessa faixa etária. Para Daniel Cerqueira, coordenador do Atlas da Violência, os dados impressionam também em comparação com outros países.

“É uma coisa absurda quando comparado internacionalmente. A gente vem matando jovens cada vez mais jovens. Em 1980, o pico da idade era 25 anos, hoje tá menos de 21 anos”, afirma o pesquisador.

Apesar dos números altos, a pesquisa mostra uma tendência de queda nas mortes de jovens desde 2017, quando o país registrou o maior pico da série histórica: 72,4 mortes por 100 mil jovens. Em 2023, essa taxa caiu 6% em relação ao levantamento anterior.

O estudo também monitorou ocorrências em que as causas das mortes não foram identificadas oficialmente, mas que têm grande probabilidade de serem homicídios. Entre 2013 e 2023, o país registrou 51.608 casos do tipo. O número equivale a 100 quedas de aviões modelo Boeing 747, totalmente lotados, sem sobreviventes. Se essas mortes forem incluídas, o total de homicídios no período sobe de 598 mil para mais de 650 mil.

Outro destaque do relatório é a desigualdade regional. Estados como Amapá e Bahia registram mais de 100 homicídios a cada 100 mil jovens (134,5 no Amapá e 113,7 na Bahia), enquanto São Paulo tem uma taxa bem menor: 10,2.

Segundo Cerqueira, identificar as áreas com maior concentração de homicídios é essencial para desenvolver políticas públicas mais eficazes. “Em todos os municípios do Brasil que a gente for analisar, [os homicídios] acontecem em 2 ou 3% do território. Se a gente entende que territórios são esses e faz um diagnóstico, a gente tem elementos pra fazer uma política mais efetiva naquele local", conta o pesquisador.

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