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Ministério Público investiga operação da polícia que matou jovem em festa junina no Rio

Ação na comunidade Santo Amaro, no Catete, matou Herus Mendes e deixou cinco feridos; MP aponta que procedimento não seguiu protocolos de segurança

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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou um procedimento investigatório criminal (PIC) para apurar a operação realizada pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) no último sábado (7), na comunidade Santo Amaro, no Catete, zona sul do Rio.

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A ação resultou na morte de Herus Guimarães Mendes da Conceição, de 24 anos, e deixou outras cinco pessoas feridas. Herus participava de uma festa junina com a família no momento da operação.

Na segunda-feira (9), um perito e três técnicos estiveram no Instituto Médico Legal (IML) para realizar uma perícia independente no corpo da vítima, utilizando um scanner com tecnologia digital avançada. O MPRJ também aguarda o envio das imagens captadas pelas câmeras corporais dos policiais militares que participaram da ação.

Segundo o procurador-geral do MPRJ, as informações preliminares indicam que a operação, que teria como objetivo evitar a entrada de traficantes na comunidade, não seguiu os protocolos adequados de segurança.

O órgão destaca, por exemplo, que a ação aconteceu durante uma festa junina na região, o que "contraria todos os procedimentos previstos para a atuação da Polícia Militar, conforme reconhecido pela própria corporação".

Em resposta ao episódio, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), exonerou o coronel Aristheu de Góes Lopes, comandante do Bope, e o coronel André Luiz de Souza Batista, do Comando de Operações Especiais (COE), além de determinar o afastamento de 12 policiais envolvidos na operação.

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O Ministério da Igualdade Racial também cobrou explicações, enviando um ofício ao governo estadual, à Secretaria de Segurança, à Procuradoria-Geral de Justiça e ao próprio Ministério Público do Rio de Janeiro solicitando informações sobre a ação.

Protesto

Durante um protesto realizado no domingo (8), Mônica Guimarães Mendes, mãe de Herus, fez um discurso emocionado em frente à comunidade.

“Eles não viram as fantasias brilhando?”, questionou, referindo-se ao clima festivo no momento dos tiros. Ela relatou que seu filho foi baleado após sair para comprar um lanche e que, mesmo ferido, foi arrastado por um policial que o acusou de ser olheiro do tráfico.

“O policial arrastou o meu filho pela escada e gritou que ele era vigia. Botou uma grade para ninguém socorrê-lo”, afirmou. Herus trabalhava como office boy em uma imobiliária e deixa um filho de dois anos.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram a festa junina sendo interrompida pelos disparos, gerando pânico entre os participantes.

Em protesto, moradores da comunidade saíram às ruas pedindo justiça e segurando cartazes com frases como: “Justiça para Herus. Favelado não é bandido”.

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