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Menos da metade das escolas públicas brasileiras têm tratamento de esgoto

Anuário Brasileiro da Educação Básica aponta disparidades regionais, com Norte e Nordeste enfrentando maior carência de água, energia e banheiros

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Menos da metade das escolas públicas brasileiras têm tratamento de esgoto, aponta Anuário Brasileiro da Educação Básica | Foto: reprodução/Agência Brasil
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Menos da metade das escolas públicas brasileiras (48%) conta com tratamento de esgoto, e mais de 20% não possuem serviço de coleta de lixo, revela o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025, divulgado nesta quinta-feira (25). O levantamento também aponta disparidades regionais na infraestrutura escolar.

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Três em cada 10 escolas no Acre e em Roraima não têm água potável, e um terço das escolas no Acre e no Amazonas enfrentam falta de energia elétrica. Além disso, 25% das escolas públicas em Roraima não possuem banheiro adequado.

Entre as regiões, os índices mais baixos estão no Norte: a água potável está presente em apenas 62,9% das escolas no Acre, e apenas 72,3% das escolas em Roraima têm banheiros.

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"A ausência de infraestrutura básica, além de ser uma questão de dignidade, está diretamente ligada às condições de aprendizagem dos estudantes. Já houve avanços, mas há regiões em que a situação permanece crítica. No Norte, por exemplo, esses fatores são ainda mais complexos, e é fundamental que as políticas considerem o Fator Amazônico, ou seja, os custos logísticos e operacionais adicionais que a região impõe", destacou Gabriel Corrêa, diretor de Políticas Públicas do Todos Pela Educação.

O Anuário também aponta que apenas 38,7% das salas de aula possuem algum tipo de climatização, como ar-condicionado, aquecedor ou climatizador. O Sudeste apresenta o menor índice (21,5%), enquanto o Centro-Oeste registra o maior (64,2%). Entre os estados, Minas Gerais tem a menor cobertura (11,7%), e Rondônia, a maior (91,4%).

Crise climática e aprendizagem

Eventos climáticos extremos agravam ainda mais a situação, aponta o levantamento. No Rio Grande do Sul, enchentes entre abril e maio de 2024 forçaram o fechamento de mais de mil escolas estaduais. Em 2025, a taxa de crianças alfabetizadas caiu 18,7 pontos percentuais, de 63,4% para 44,7%, enquanto no Brasil houve aumento de 3 pontos.

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No país, a maior parte das faltas escolares ocorre durante as estações chuvosas, mesmo quando as aulas não são suspensas. Em média, alunos perdem de sete a 12 dias de aula por ano devido a enchentes, comprometendo a trajetória de aprendizagem.

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