Horário de verão vai voltar? Veja o que diz Ministério de Minas e Energia
Medida foi suspensa em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL); no ano passado, estudo mostrou que retorno geraria economia de R$ 400 milhões

Emanuelle Menezes
Com a proximidade do mês de outubro, os brasileiros têm se perguntado: o horário de verão vai voltar? As buscas sobre o assunto cresceram – e as fake news também. Procurado pelo SBT News, o Ministério de Minas e Energia (MME) afirmou que a medida é "permanentemente avaliada", mas deu indícios de que isso não acontecerá em 2025.
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A avaliação da pasta é de que o Sistema Interligado Nacional (SIN) está em melhores condições do que no ano passado, quando o governo cogitou o retorno do horário de verão. Estudos mostram que a demanda de energia conseguiria ser plenamente atendida até fevereiro de 2026.
"As condições dos reservatórios são favoráveis, evoluindo dentro da normalidade ao longo do período seco, deixando o Sistema Interligado Nacional (SIN) em situação melhor que no ano passado. Estudos até fevereiro de 2026 confirmam o pleno atendimento de energia, conforme foi destacado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), na reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) realizada no dia 10/09", disse o MME em nota.
🔎 No horário de verão, os relógios são adiantados em uma hora com o objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica, aproveitando melhor a luz solar. O decreto nº 6.558 de 2008 instituiu que os relógios deveriam ser adiantados a partir de 00h do 3º domingo de outubro e voltar ao horário normal à 00h do 3º domingo de fevereiro do ano seguinte.
Em 2024, o ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira afirmou que o governo avaliava a possibilidade de retornar ao horário de verão em 2025. Um estudo apresentado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou a retomada da medida, que poderia diminuir a pressão sobre o SIN durante o horário de pico, isto é, quando o consumo de energia aumenta nas casas.
Ao todo, o governo estimava que a retomada do horário de verão reduziria até 2,9% da demanda por energia. Isso poderia gerar uma economia de cerca de R$ 400 milhões nos custos de operação do SIN entre os meses de outubro e fevereiro, segundo nota técnica do ONS.
O horário de verão foi suspenso no Brasil em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sob o argumento de pouca efetividade na economia energética. Na época, estudos do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) mostraram que a medida já não gerava economia de energia significativa e poderia até aumentar o consumo por causa do uso de ar-condicionado no período da tarde.
Instituída em 1931 e adotada anualmente a partir de 1985, a medida era aplicada principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O Norte e o Nordeste, por estarem mais próximos da linha do Equador, não adotavam o ajuste, pois a variação da luz solar ao longo do ano é menor.