Masp vende cavaletes projetados por Lina Bo Bardi e é alvo de apuração do Iphan
Cavaletes de R$ 75 mil cada foram vendidos sem notificação prévia; museu diz que itens fazem parte de um conjunto maior, não tombado individualmente

SBT News
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) abriu uma investigação sobre a venda de 20 cavaletes do Museu de Arte de São Paulo (Masp), criados pela arquiteta Lina Bo Bardi.
As peças, feitas de concreto e cristal, são tombadas desde 2008 e foram colocadas à venda sem que o órgão fosse informado. O processo administrativo para apurar o destino dos cavaletes foi aberto em 5 de junho.
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Em nota, o Iphan afirmou que, embora a venda de bens tombados não seja proibida, a legislação exige que o instituto seja notificado previamente sobre a transação, o que não aconteceu. A autarquia ainda destacou que tanto o edifício do Masp quanto os cavaletes fazem parte do patrimônio federal e estão sujeitos a regras específicas de preservação.
O Masp, por sua vez, afirma que os cavaletes vendidos não são tombados individualmente, mas integram um conjunto museográfico idealizado por Lina Bo Bardi. Segundo o museu, as peças, avaliadas em R$ 75 mil cada, foram produzidas em série entre 1968 e 1996 e retiradas de uso por não atenderem mais aos padrões técnicos atuais. A venda, segundo a instituição, foi feita de forma legal e transparente para ajudar a financiar sua programação após as restrições impostas pela pandemia. Ainda restam cinco unidades disponíveis.