Manto Tupinambá volta para Brasil e integra acervo do Museu Nacional
Peça, que estava na Dinamarca desde o século 17, foi recuperada e é considerada sagrada pelo povo indígena, que reclama de falta de participação na recepção
Yumi Kuwano
O Manto Tupinambá, que estava na Dinamarca desde o século 17, já retornou ao Brasil, segundo o Museu Nacional, no Rio de Janeiro.
Uma apresentação da peça indígena, que faz parte da história brasileira, está sendo preparada pelo museu para as próximas semanas. Mas segundo o Conselho Indígena Tupinambá de Olivença, da Bahia, foi combinado que o manto seria recebido no Brasil com uma cerimônia coordenada pelos próprios tupinambás, no último mês de maio.
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Porém, nesta semana o Museu Nacional informou que seria inviável organizar uma recepção antes da apresentação do artefato ao público. A entidade afirmou que organiza uma apresentação com "todo cuidado e respeito", com ajuda do Ministério dos Povos Indígenas.
Importância do manto
A devolução da peça para o Brasil foi anunciada no ano passado e representa o resgate de uma memória transcendental para o povo tupinambá, já que eles consideram o manto um material vivo, de conexão com os ancestrais.
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O manto é feito com penas vermelhas de guará, uma ave presente em grandes áreas do litoral brasileiro, sobre uma base de fibra natural. A peça tem 1,80 m e estava no Museu Nacional da Dinamarca desde 1689. A confecção é datada de um século antes e, desde então, eles não seriam mais produzidos.