La Niña retorna e pode durar até fevereiro de 2026; entenda fenômeno
Administração Atmosférica e Oceânica dos EUA (NOAA) confirmou resfriamento das temperaturas no Oceano Pacífico

Emanuelle Menezes
A Administração Atmosférica e Oceânica dos EUA (NOAA) confirmou, em relatório publicado nesta quinta-feira (9), que o fenômeno La Niña retornou em setembro deste ano, com estimativas de que ele permaneça até dezembro de 2025 ou fevereiro de 2026.
🔎 O La Niña ocorre quando há o resfriamento das temperaturas no Oceano Pacífico central e oriental igual ou superior a 0,5 °C. Em média, o fenômeno reduz a temperatura das águas em cerca de 2 °C a 4 °C e tem importantes implicações climáticas em escala global.
De acordo com o relatório da NOAA, as temperaturas da superfície do mar na região do Pacífico equatorial estão 0,5 °C abaixo da média, consolidando a fase fria do ciclo. A agência destaca que o evento atual permanece fraco, mas pode gerar impactos perceptíveis no clima global e regional.
No início de setembro, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) já havia anunciado uma grande probabilidade do esfriamento do mar do Pacífico no período de setembro a novembro deste ano. Segundo a agência da ONU, ainda assim, as temperaturas devem ficar acima da média em grande parte do mundo.
Segundo o Climatempo, embora seja considerada fraca, a La Niña deste ano pode alterar os padrões de chuva e temperatura no Brasil. No país, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em anos do fenômeno, observa-se a redução das chuvas na região Sul, tanto na quantidade, quanto na frequência, com possibilidade de alguns períodos longos sem precipitações. Já na faixa norte das regiões Norte e Nordeste do país ocorre o inverso: o excesso de chuvas.
"As frentes frias passam mais rapidamente sobre a parte leste da Região Sul e acabam levando mais chuvas para a Região Sudeste, podendo chegar até parte do litoral nordestino. Esse comportamento típico nem sempre ocorre, pois é necessário considerar também outros fatores como a temperatura do Oceano Atlântico (Tropical e Sudeste da América do Sul), que também pode atenuar ou intensificar os impactos do fenômeno", afirma a meteorologista Danielle Ferreira.