Justiça nega pedido de reintegração de fazenda ocupada pelo MST em MG
De acordo com decisão, falta documentação que comprove a posse da propriedade; movimento diz que terra está abandonada há 7 anos
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A Justiça de Minas Gerais negou um pedido de reintegração de posse da fazenda Aroeiras, em Lagoa Santa, neste sábado (9/3). O terreno localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte foi ocupado por mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na última sexta-feira (8/3) e foi objeto de ação judicial por parte de herdeiros dos proprietários do local. De acordo com o grupo, cerca de 500 famílias integram a ocupação e enfrentam dificuldades de abastecimento de suprimentos devido a um cerco realizado pela Polícia Militar (PMMG).
Decisão
Na decisão, o juiz da Central de Plantão de Belo Horizonte (Ceplan), Christyano Lucas Generoso, disse que o pedido não apresentou documentação suficiente para comprovar a propriedade sobre o terreno. A ação foi movida por 15 requerentes diferentes.
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Entenda o caso
A fazenda Aroeiras é disputada por oito herdeiros que, segundo o MST, se mostraram dispostos a dialogar sobre a ocupação do terreno, abandonado há mais de sete anos e irregular há 20. O movimento argumenta que, além da ociosidade da terra, o local está situado em área de avanço da especulação imobiliária, que causa danos à vegetação e compromete recursos hídricos.
MST
O MST também protesta contra a atuação da Polícia Militar na ocupação. De acordo com as famílias assentadas, a ação é ilegal diante do que foi decidido na Justiça. O grupo afirma que a corporação instalou um cerco nos arredores da fazenda e impede a entrada de suprimentos no acampamento.
Polícia Militar
Procurada, a Polícia Militar de Minas Gerais informou que mantém o efetivo no local para garantir a segurança dos proprietários e dos integrantes da ocupação e aguarda posicionamento judicial sobre a situação. Ainda segundo a corporação, o trânsito de pessoas, águas e alimentos acontece normalmente. A reportagem também procurou o governo do estado, mas, até a última atualização desta matéria, não houve resposta.