Justiça nega internação de adolescente que confessou ter matado João Miguel
À polícia, suspeitos disseram que roubo de cavalo motivou a morte de criança
A Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal negou o pedido da Polícia Civil para internar a menor de idade que confessou ter matado João Miguel, de 10 anos.
+ Seca extrema no DF “mumificou” corpo de criança desaparecida
Em depoimento, a garota confessou que João Miguel foi morto por asfixia com uma corda no pescoço após ser atraído para uma emboscada, segundo a delegada Bruna Eiras. A menina teve a ajuda de um outro menor, também de 16 anos, que bateu em João Miguel e colocou um vestido na boca da criança até ele parar de respirar.
O juiz seguiu parecer do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, que foi contra a internação da garota. Segundo o órgão, são necessárias novas diligências na investigação do crime. O caso está sob segredo de justiça.
Apedrejado
Após a revelação do motivo do crime nesta manhã, o adolescente que ajudou a garota foi apedrejado na rua. Ferido, ele foi levado para o Instituto Hospital de Base, em Brasília.
Requintes de crueldade
O corpo de João Miguel foi levado de carroça dentro de um tambor de ração a uma área de mata e desovado numa fossa. Câmeras de segurança de um prédio flagraram o grupo indo em direção ao local.
João Miguel teve as mãos amarradas com um cabresto e foi colocado no buraco de cabeça para baixo e envolvido em um cobertor.
À polícia, a garota demostrou frieza e disse não ter se arrependido do crime. Após desovarem o corpo em uma fossa, a garota postou música nas redes sociais sobre “eliminar inimigos”.
Em depoimento, ela afirmou que o crime foi cometido porque João Miguel, que era amigo do grupo, furtava bomba d’água, galinha, cigarros. O estopim teria sido o fato de João perder um cavalo do namorado dela, que é carroceiro. O homem havia comprado o animal por R$ 2.500.
Jackson Nunes de Souza, 19 anos, está preso e confessou que ajudou a enterrar o corpo do menino.
“Pode-se dizer que foi crime premeditado, porque eles já tinham a intenção de praticar, mas eles não planejaram os detalhes. Eles chamaram o menor para fumar narguilé. Enquanto ele acendia o narguilé, a menina se posicionou por trás do menor e pegou uma corda e puxou pelo pescoço o João Miguel. Enquanto isso, o outro menor de 16 anos deu murros e tapas no rosto de João e colocou um vestido ali na boca, fazendo com que ele se asfixiasse”, conta a delegada.