Seca extrema no DF “mumificou” corpo de criança desaparecida
Polícia descarta que João Miguel tenha ficado em cárcere privado antes de ser assassinado
A Polícia Civil do Distrito Federal descartou a hipótese de João Miguel, de 10 anos, ter ficado em cárcere privado antes de ser assassinado. O garoto ficou desaparecido por 15 dias até a polícia encontrar o corpo dele em uma vala no dia 13 de setembro.
No local, a delegada Bruna Eiras afirmou que o corpo poderia estar ali há três dias, devido aos sinais de inchaço e estufamento decorrentes da decomposição. A partir daí, surgiu a dúvida: onde João Miguel ficou pelos 12 dias anteriores?
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No IML, a necropsia mostrou que o corpo do garoto passou por um processo de mumificação devido à seca extrema que assola o DF há quase 6 meses. Nesse processo, o corpo perde água mais rapidamente e atrasa a decomposição.
Segundo fontes, agora é necessário um cruzamento de informações da investigação para saber a data exata que o menino foi assassinado. Pelos exames, já é possível cravar que ele não ficou em cárcere privado e pode ter morrido pouco depois do desaparecimento.
A Polícia Civil do DF já dá como certa também a participação de outras pessoas no crime. Na última sexta-feira, um carroceiro, vizinho da família de João Miguel, foi preso por suspeita de participação no homicídio. No entanto, ainda não é possível afirmar que ele seja o autor.
Durante as investigações, ficou comprovado que João Miguel estava há 3 anos sem frequentar a escola. Procurada, a Secretaria de Educação do DF ainda não se manifestou.
A delegada Bruna Eiras já ouviu mais de 20 pessoas e descarta que os pais do menino, que estão presos por outros crimes, tenham envolvimento na morte do filho.