John Textor cita mais jogos suspeitos, mas “guarda” provas para sessão secreta da CPI
Dono da SAF Botafogo prestou depoimento no Senado nesta segunda (22) sobre manipulação de resultados no futebol brasileiro
Samir Mello
John Textor, dono da SAF Botafogo, prestou depoimento nesta segunda-feira (22) na CPI da manipulação de jogos e apostas esportivas, mas não apresentou provas de suas acusações durante a parte pública da audiência .
No Senado, o empresário americano deu detalhes sobre os estudos encomendados pela empresa Good Game, citou mais jogos que estão sob sua suspeita e respondeu ao senador e relator Romário Faria (PL-RJ) que não tem planos de vender sua participação no clube carioca.
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O empresário afirmou que o jogo Palmeiras x Vasco, pelo Brasileiro do ano passado, foi a partida que “ligou o alerta” em termos de suspeita de manipulação. O embate aconteceu em 27 de agosto de 2023 e contou com um gol de Paulinho anulado. A equipe paulista venceu a partida por 1 x 0.
Apesar de afirmar que o Palmeiras é o clube que mais vem sendo beneficiado, como conclusão dos estudos que encomendou, Textor fez questão de ressaltar que nunca acusou Leila Pereira, presidente do clube, de fazer parte de qualquer esquema. Ressalva que também estendeu ao presidente Júlio Casares, do São Paulo, clube que esteve envolvido em uma das partidas “estudadas” pela Good Game que, segundo ele, identificou diversos “desvios” de padrão.
"Eu não venho com evidência de pagamento em dinheiro. A nossa evidência diz como os jogos foram manipulados, não por quê."
Textor pediu aos senadores da CPI uma reunião de portas fechadas, onde promete apresentar provas mais contundentes e citar nomes de jogadores que tiveram desvios de conduta considerados contundentes para levantar suspeitas de manipulação.
As queixas do cartola botafoguense surgiram depois que o time dele perdeu uma vantagem de 13 pontos para o segundo colocado. O Botafogo liderou o torneio por 31 das 38 rodadas, mas acabou em quinto lugar. Além disso, o time não venceu nenhum dos últimos 11 jogos do campeonato.
Futuro no Botafogo?
Na condição de relator da CPI, o senador Romário questionou Textor sobre rumores de que todas essas acusações seriam uma cortina de fumaça para possivelmente vender sua participação na SAF Botafogo. O americano foi contundente ao dizer que não tem planos de deixar o clube.
“Essa é a pergunta mais idiota que já ouvi, não pela sua pergunta, mas por se imaginar isso. Se eu quisesse vender minha participação, eu não estaria dizendo coisas ruins, não estaria falando de corrupção, nunca venderia um negócio dessa forma. Tenho sido o mais transparente possível. Nossa renda foi de US$ 50 milhões em 2022, em um ano e meio subiu para US$ 75 milhões. Então, os negócios têm sido bons”, afirmou.
“No entanto, quando eu tento trazer ideias boas, modernas para o Brasil, e sou processado e perseguido, isso mostra que não é um ambiente convidativo”.