Inverno começa às 23h42 desta sexta-feira (20); entenda por que horário muda todo ano
Início do inverno no hemisfério sul é marcado pelo solstício, termo originado do latim que significa "sol parado"; veja como será nova estação

Emanuelle Menezes
Nesta sexta-feita (20), começa o inverno em todo o Brasil. Este ano, a nova estação começa às 23h42, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No ano passado, o início se deu às 17h51. A dúvida que fica é: por que os horários de início das novas estações mudam de ano para ano?
+ Defesa Civil do Rio Grande do Sul emite alerta laranja para chuvas intensas e alagamentos
De acordo com o Observatório Nacional, unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o início do inverno no hemisfério sul é marcado pelo solstício, termo originado do latim que significa "sol parado". O termo é fruto da observação de astrônomos antigos que viram a trajetória do Sol no céu.
"A cada dia, a posição do Sol ao meio-dia no céu mudava. A posição ia ficando cada vez mais alta até atingir um ponto máximo e, então, o sol parecia "parar". Em seguida, a localização começava a diminuir e também "parava" antes de começar a subir novamente. Esses momentos de "parada" correspondem aos solstícios de verão e de inverno, respectivamente", explica Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional.
Por convenção, todas as estações do ano começam exatamente nos solstícios (inverno e verão) e equinócios (outono e primavera). Como a Terra gira em torno do Sol com uma inclinação de 23°, no dia do solstício de inverno no hemisfério sul, o sol nasce o mais afastado possível do ponto cardeal leste, onde costuma nascer.
As estações também são influenciadas pelo ano trópico – o tempo em que a Terra leva para dar uma volta completa em torno do Sol. De acordo com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em geral, seu período de duração é de 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos, diferente do ano civil (do calendário gregoriano, que seguimos atualmente), que tem duração de 365 dias exatos ou 366, se for ano bissexto.
O que explica as mudanças de horário?
A variação feita ano a ano tem influência da inclinação do eixo da Terra e, sobretudo, do ano trópico, explica Josina. Assim como nos anos bissextos, em que a cada 4 anos é preciso adicionar um dia a mais ao ano, a cada mudança de estação é realizado um "ajuste" para compensar a diferença entre o ano civil e o ano trópico.
Noites mais longas, dias mais curtos
A chegada do inverno afeta diretamente a duração dos dias e das noites. Nos equinócios, o tempo de luz do dia e o de escuridão são praticamente iguais.
A partir do equinócio de outono, os dias passam a encurtar gradualmente, culminando no solstício de inverno, momento em que ocorre a noite mais longa do ano.
Depois disso, os dias começam a se alongar novamente, aproximando-se de um novo equilíbrio no equinócio de primavera e continuando a crescer até alcançar a noite mais curta do ano, no solstício de verão.
Como vai ser o inverno?
Em 2025, ao contrário dos dois últimos anos, o Brasil deve ter um inverno mais parecido com o que é esperado para essa época do ano. Isso porque não haverá impactos de fenômenos como El Niño ou La Niña. Apesar disso, a tendência é de que a temperatura no fim da estação ainda fique acima da média em praticamente todo o país.
A primeira onda de frio do inverno de 2025, segundo o Climatempo, deve acontecer nos últimos dias de junho, avançando pelo interior do país e causando queda acentuada de temperatura no Sul, no Sudeste, em muitas áreas do Centro-Oeste e um novo episódio de friagem intensa em Rondônia, no Acre e no sul do Amazonas.
Há probabilidade maior de geada ampla e neve no Sul do Brasil. Os fenômenos poderão ocorrer em julho e até em agosto.