Influenciador denuncia injúria racial: "você seria um escravo caríssimo"
Douglas de Paula foi abordado por agressor em boate no Rio de Janeiro. Homem foi detido e liberado por "falta de provas"
Derick Toda
em parceria com Estado de Minas
O influenciador Douglas de Paula, de Minas Gerais, denunciou um homem por falas racistas durante uma boate, na madrugada de domingo (1º), no centro do Rio de Janeiro.
Segundo o influenciador, o homem se aproximou dele e disse "seu sorriso é lindo. Se fosse na época da escravidão, você seria um escravo caríssimo".
Em outro momento da festa, o agressor voltou acompanhado de uma amiga e, em um suposto pedido de desculpas, teria dito ao influenciador: "eu sou formado em história e, na época em que eu estudava, aprendi na faculdade que os escravos com os dentes mais bonitos eram os mais caros. O que falei a você foi em forma de elogio".
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Douglas abriu um boletim de ocorrência, registrado como injúria racial, e revelou o caso nas redes sociais. O suspeito, que tem 27 anos, foi levado para a delegacia, mas não confirmou o teor das declarações para os policiais.
Seis testemunhas compareceram ao local e o homem teria sido liberado por falta de provas.
“Mesmo após a apresentação de seis testemunhas [na delegacia], a polícia concluiu que não havia provas suficientes para justificar a prisão em flagrante [...] Senti-me completamente vulnerável, triste, humilhado, e enfrentando uma mistura de sentimentos que nem consigo descrever plenamente”, escreveu Douglas nas redes.
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O jornalismo do SBT entrou em contato com a Polícia Civil, mas não teve resposta. O espaço segue aberto e a reportagem será atualizada.
Diferença de racismo e injúria racial
Injúria racial ocorre quando a vítima é ofendida diretamente pela raça, cor, etnia ou religião. Já o crime de racismo é compreendido quando a coletividade é vítima, como impedir uma pessoa de acessar um local ou não conseguir um trabalho pela cor da pele.
Desde janeiro de 2023, o crime de injúria racial foi equiparado ao de racismo, o que fez com que a pena aumentasse de um a três anos de detenção para dois a cinco anos de prisão. A prática também passou a prever multa, além der ser inafiancável e imprescrítivel.