Imóveis levados a leilão quase dobram em 2024 e viram opção de investimento
Só de imóveis financiados pela Caixa Econômica Federal, houve um salto de 75% na oferta de leilões
O número de imóveis levados a leilão quase dobrou em 2024. O principal motivo da alta é a inadimplência das famílias. No entanto, enquanto a situação se complica para uma parcela da população, para outra, se torna uma opção de investimento.
É o caso de Marcela Carrillo Rodrigues. A advogada conheceu a amiga, Giovana Capuchino, em uma comunidade de leiloeiras da internet e juntas já fizeram quatro negócios. Elas arrematam o imóvel, reformam e vendem.
“A gente comprou um imóvel por 374 mil e pretendemos posicioná-lo na venda em 640 mil", conta.
Oferta não falta: só de imóveis financiados pela Caixa Econômica Federal, houve um salto de 75% na oferta de leilões. São mais de 25 mil unidades retomadas dos compradores este ano. Além daqueles que não conseguem quitar as prestações, há também casos de dívidas de condomínio.
Foi o que aconteceu com o ex-jogador Marcelinho Carioca, que viu um imóvel de R$ 1,3 milhão ser arrematado por metade do preço. Segundo o especialista em mercado de leilões Renan Lopes, com o tempo, os proprietários desistem de brigar pelo bem.
“As dívidas vão somando, obviamente ela não é somente o valor nominal, só o valor da taxa condominial. Têm juros e multas embutidos, e quando vira uma cobrança judicial, tem os honorários do advogado. A pessoa que não tem mais condições de pagar acaba deixando o imóvel ser penhorado e levado a leilão", explica.
As amigas dizem confiar nos leilões, mesmo os feitos apenas pela internet. Cada uma entra com uma parcela. “As pessoas às vezes pensam: ‘você vai dividir o lucro?’ Não, a gente divide, soma, multiplica depois, porque a gente divide tarefas, a gente divide capital, a gente divide risco, depois fica tudo mais interessante", diz Giovana.