Idealizadores de plano de sequestro de Moro são mortos pelo PCC em presídio de SP
Nefo e Rê, lideranças do grupo de matadores da facção presos pela PF em 2023, foram executados a facadas por outros detentos
Os dois membros do PCC acusados de serem os idealizadores do plano para sequestrar e cometer atentados contra o senador Sérgio Moro (União-PR) e outras autoridades, presos pela Polícia Federal (PF), em 2023, foram mortos na tarde desta segunda-feira (17.jun), na Penitenciária 2, de Presidente Venceslau (SP).
Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, o Rê, foram mortos por outros presos, após o almoço, a golpes de faca.
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Nefo foi atacado por presos no banheiro. Rê foi morto na sequência, no pátio do presídio, durante o banho de sol. Três detentos se apresentaram como os autores.
Nefo e Rê foram presos pela PF em São Paulo, na Operação Sequaz. O primeiro foi detido na região de Campinas, interior, e o segundo, na Baixada Santista. Os dois eram membros da célula do PCC chamado "sintonia restrita", espécie de grupo de elite, que age a mando dos cabeças da facção, em assassinatos de ex-membros, autoridades, agentes, sequestros e atentados.
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Conforme as apurações da polícia, Nefo foi o coordenador da execução do plano em execução contra Moro, segundo a PF. Dos 11 alvos de prisão da operação Sequaz, seis são considerados os cabeças do grupo envolvido. Eles se identificavam como "Restrita05" e foram monitorados por dois meses.
Os dois eram réus desde maio de 2023, em processo penal aberto na 9ª Vara Federal de Curitiba. Eles seriam julgados pelos crimes de organização criminosa e extorsão mediante sequestro.
O plano seria para pressionar governo e autoridades pela liberdade de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e pela flexibilização das regras adotadas em 2019, pelo governo federal, de restrições nos presídios federais às lideranças da facção.
Moro proibiu as visitas íntimas em presídios federais, quando era ministro da Justiça no governo Jair Bolsonaro (PL), e coordenou a transferência e o isolamento de 22 líderes do PCC, entre eles, Marcola, junto com o promotor paulista Lincoln Gakyia.
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