Ibama analisa possível vazamento de petróleo na Costa Amazônica
Instituto afirma ter acionado Marinha e que ponto de alerta sinalizado por ONG está em “águas internacionais”; entenda o caso
Com apoio da Marinha, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) analisa um possível vazamento de petróleo na Costa Amazônica. A informação foi confirmada pelo instituto ao SBT News nesta segunda-feira (5), e vem em resposta a um ofício recebido pela autarquia que aponta o risco de contaminação em área próxima à Foz do Amazonas.
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Conforme antecipou o SBT News na última quinta-feira (1º), a área foi detectada por um radar de satélite, e comunicada ao governo pelo Instituto Arayara, uma ONG (Organização não governamental), que atua contra combustíveis fósseis. A detecção foi repassada ao governo no fim de janeiro.
Segundo o Ibama, a detecção corresponde a uma região de águas internacionais, que fica fora da Zona Econômica Exclusiva (ZEE). O instituto também destaca que a imagem corresponde ao mês de setembro.
A mancha de provável vazamento foi estimada em quase 170 km² – o equivalente a aproximadamente 24 campos de futebol. A suspeita da ONG é de que tenha sido originada de uma embarcação no Panamá. A possível origem traz alerta para necessidade de maior fiscalização da área, conforme apontou o gerente de oceanos e clima do Instituto Arayara, Vinícius Nora.
"Precisa de um monitoramento mais atento nessa região, porque essa região tem correntes fortes, e isso não é só sobre o bloco que não teve licença permitida [da Petrobras] mas também sobre o grande tráfico de embarcações comercializando esse petróleo. Então são rotas como essa que podem gerar um novo vazamento", destacou.
A área de detecção fica próxima à região em que a Petrobras pediu para investigar se há petróleo, conhecida como Foz do Amazonas.
Exploração na Foz do Amazonas
Em maio do ano passado, o Ibama negou pedido da Petrobras para buscas em possível exploração na Foz do Amazonas. A decisão tem sido alvo de embate político, com divisão entre os ministérios de Minas e Energia e Meio Ambiente.
No Congresso Nacional, parlamentares do Norte, especialmente Amapá, insistem na liberação para avanços econômicos. Mas tanto o Ibama quanto a pasta de Marina Silva apontam riscos ambientais. A petroleira fez uma nova solicitação, que está sob análise do Ibama.
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