Homem que estuprou jovem desacordada na rua é condenado a 10 anos de prisão
Mulher pegou carro de aplicativo após show em BH e foi deixada por motorista de aplicativo sem consciência em frente de casa
O homem que estuprou uma jovem de 22 anos no Bairro Santo André, em Belo Horizonte, em julho de 2023, foi condenado a 10 anos, 8 meses e dez dias de prisão em regime fechado. O processo corre em segredo de Justiça e, por isso, a 10ª Vara Criminal não divulgou detalhes sobre a condenação.
Wemberson Carvalho da Silva, de 47 anos, foi preso no dia do crime e continua detido no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana. Ele foi flagrado por câmeras de segurança carregando a vítima nas costas em direção ao local em que ela foi encontrada seminua.
No dia da prisão, o homem negou ter cometido o crime e optou por ficar calado. Toda a ação do suspeito foi gravada por circuitos de segurança. Conforme as imagens, ele passou pela vítima cinco minutos depois que ela havia sido abandonada no meio fio. Segundo as imagens, ele olha para os lados e, ao ver que não tem ninguém na rua, coloca a jovem nos ombros e sai do local. Mais adiante, em outra rua, o homem é visto entrando em uma rua estreita, ainda carregando a vítima. Algumas horas depois, ele é flagrado saindo pelo local, mas, dessa vez, sem a jovem.
Ao Estado de Minas, a irmã da jovem explicou que a família vai recorrer da decisão por julgar a pena muito branda em relação à atrocidade do crime. “Nós vamos recorrer dessa decisão. Dez anos é muito pouco para o crime que ele cometeu contra a minha irmã”, afirmou.
Além do autor do estupro de uma jovem de 22 anos que chocou o país, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também denunciou por estupro de vulnerável o motorista de aplicativo que abandonou a vítima, desacordada, no meio da rua. A denúncia foi determinada pelos artigos 217, que prevê o crime de estupro contra vulnerável, e 13, que determina que a omissão é penalmente relevante quando o responsável poderia ter evitado o crime final.
Não foram indiciados pela Polícia Civil o amigo da vítima que a acompanhava no show e o motociclista que ajudou o motorista de aplicativo a retirar a vítima do carro e deixá-la em frente ao prédio. Eles, porém, foram incluídos na denúncia do Ministério Público por omissão de socorro.
Relembre o caso
O crime aconteceu na madrugada do dia 30 de julho. De acordo com o Boletim de Ocorrência, a vítima estava em um evento de pagode que aconteceu no Mineirão, na região da Pampulha, quando, por volta das 2h, decidiu ir embora. Durante o evento, ela teria ingerido bebida alcoólica e, na volta, os amigos a colocaram, sozinha, em um carro de aplicativo e compartilharam a localização da viagem com o irmão dela.
Por volta das 3h, a jovem teria chegado em casa. Câmeras de segurança instaladas em um estabelecimento comercial ao lado do prédio da jovem mostram o momento em que o carro de aplicativo para no endereço. O motorista desce do carro e começa a tocar o interfone do imóvel. Após alguns minutos, ele continua sem resposta.
Ainda segundo a Polícia Militar (PMMG), o motorista pediu ajuda a um homem que passava na rua para tirar a mulher de dentro do veículo. Ele teria tentado contatar alguém no prédio, novamente, mas sem sucesso. Por volta das 3h17, a vítima, que estava encostada em um poste, acabou caindo deitada no chão. Nesse momento, o motorista deixa o local. Cinco minutos depois, o homem identificado como Wemberson Carvalho surge e carrega a vítima.