Governo da Bahia proíbe pistolas d'água em blocos de carnaval
Medida acontece após denúncias relacionadas a assédio e violência com uso do brinquedo
O Governo da Bahia proibiu o uso de pistolas d'água durante os blocos de carnaval no estado. O decreto foi editado em janeiro, em resposta a uma série de denúncias relacionadas a assédio e violência, com o uso do brinquedo.
O bloco travestido "As Muquiranas", que sempre esteve em destaque por causa de alguns foliões, comemora a proibição. "Era uma coisa que já vinha como uma cultura do bloco, mas, assim, como é lei, a gente tem que cumprir", afirma um folião. "Tem muitos que sabem brincar, mas tem outros que exageram o uso da pistola", observa outro.
O item nunca fez parte da fantasia dos blocos travestidos, porém, historicamente, diversos foliões utilizavam para disparar nas pessoas, causando, assim, uma repercussão negativa. Em 2023, associados do bloco "As Muquiranas" assediaram uma mulher que estava no circuito. O vídeo teve repercussão nacional.
Entre os diversos casos de agressão sofrida através das pistolas está o da Aline, que relata ter sido molhada, contra a própria vontade, por um integrante do bloco. "Se for uma roupa transparente, também, se molhar, mostra tudo. Já sofri muito isso aqui", ela pondera.
Para ter acesso a algum circuito do carnaval de Salvador, o folião precisa passar por um dos 42 portais de abordagem policial. Até sexta-feira (09), durante as revistas, a polícia militar conseguiu impedir a entrada de mais de 2 mil objetos proibidos. Entre eles, as polêmicas pistolas.
Quem for abordado com o brinquedo, terá o material apreendido, mas não sofrerá penalidades, a menos que resista ao recolhimento do produto. No final da festa, tudo será enviado para reciclagem em uma cooperativa.
"É um público lindo e maravilhoso, e que merece todo respeito, e tem que respeitar todos os foliões do carnaval de Salvador", conclui o proprietário do bloco "As Muquiranas", Luciano Paganelli.