Golpes por WhatsApp: idosa quase cai em armadilha ao pensar que ajudava a filha
Criminosos usam fotos de perfil e mensagens falsas para enganar vítimas e obter transferências bancárias
Flavia Travassos
Victor Ferreira
Aos 80 anos, dona Maria Antônia de Castro, costureira, se considera familiarizada com as funções do celular. Mas essa intimidade com a tecnologia não a livrou de quase ser vítima de um golpe.
“A mensagem vinha escrito, pedindo, ‘mãe, por favor vá no banco fazer esse pagamento’, e na mensagem tinha o número do título e o valor”, relatou dona Antônia.
Como a foto do perfil era da filha, ela não desconfiou e foi direto ao banco, pronta para transferir R$ 1.800 no caixa. Foi graças ao atendente da agência que a idosa não caiu na armadilha.
“Ele falou: ‘eu estou desconfiado, me dê o celular da senhora’. Aí ele chegou na foto da minha filha, colocou e chamou: ‘ó, o número da sua filha é esse’”, contou a costureira.
Hoje em dia, com os bancos na palma da mão, nem em casa as pessoas estão seguras. Um simples toque na tela pode ser suficiente para um golpe ser aplicado. O golpe do WhatsApp, como o que quase enganou dona Antônia, é um dos mais comuns.
Bancos
Estelionatários também fingem ser de agências bancárias ou simulam análises de compras no banco. O objetivo é sempre o mesmo: conseguir os dados das vítimas. Segundo a Federação Brasileira de Bancos, esses três tipos de golpe estão entre os mais relatados por clientes às instituições financeiras.
Dicas
“Se você tem medo ou alguma dúvida sobre algo que pode estar acontecendo, como uma fraude, um representante de loja, ou até mesmo alguém que possa estar se passando por um familiar, pare de conversar na hora. Se for um familiar, ligue diretamente para ele”, alertou Oscar Antonangelo, especialista em segurança digital.
Outro sinal de alerta é o aquecimento excessivo do celular. “Eles utilizam o hardware do celular, o equipamento, para fazer alguma coisa. Por isso ele esquenta, porque o processamento está muito elevado. Isso é um dos indícios de que o celular pode ter sido comprometido”, explicou.
Depois da experiência, dona Antônia afirma que passou a redobrar os cuidados. “Eu me senti chateada, porque a gente trabalha tanto, com tanto sacrifício, e dá de mãos beijadas uma importância para esses caras que não estão fazendo nada, somente explorando a humanidade”.