Frio intenso impulsiona vendas de roupas de inverno no Brasil
Expectativa do setor é de crescimento de quase 8% nas vendas da coleção outono-inverno em 2025
Marco Pagetti
Victor Ferreira
As baixas temperaturas registradas nas últimas semanas têm movimentado o comércio em diversas regiões do Brasil. Lojistas e atacadistas já falam no melhor inverno desde a pandemia, com aumento expressivo nas vendas de roupas e acessórios da estação.
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Segundo dados de uma consultoria especializada, o setor de vestuário deve movimentar cerca de R$ 108 bilhões com a coleção outono-inverno deste ano, uma alta de 7,9% em relação a 2024. No total, mais de 2,2 bilhões de peças devem ser comercializadas até o fim da estação.
Movimento em São Paulo
No Brás, tradicional polo de compras de São Paulo, o fluxo de clientes se intensificou. Muita gente busca roupas para consumo próprio ou para revenda. “Já tinha até alguns pedidos feitos. Vim renovar o estoque”, conta a autônoma Lúcia Ferreira, que trabalha revendendo casacos.
O autônomo André Jesus também foi às compras. “Vim comprar calça, casaco, pra renovar o armário. O frio apertou”, relata.
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De acordo com a Alobrás (Associação de Lojistas do Brás), a expectativa local é de um aumento de 15% nas vendas neste inverno, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Para o vice-presidente da entidade, Lauro Pimenta, o momento é considerado favorável. “Estamos aproveitando parte do estoque do ano passado, quando o inverno foi mais quente e sobraram peças. Com o frio mais intenso agora, conseguimos atender a demanda rapidamente.”
Para especialistas do setor, o aumento nas vendas tem relação direta com a chegada de uma frente fria mais intensa em comparação com anos anteriores.
“A cada queda na temperatura, aumenta a procura por itens como casacos, jaquetas e calças. O frio nas ruas se reflete imediatamente no movimento das lojas”, analisa Willian Gallucci, assessor de lojistas e influenciador digital no segmento.
Além do varejo, a indústria também sente os efeitos positivos da estação. Em uma fábrica de meias na capital paulista, a produção já chega a 700 pares por dia. A empresária Marina Abdallah acompanha os pedidos de perto e prevê ampliação do estoque nas próximas semanas. “Está sendo um inverno promissor. Estamos otimistas com o desempenho nas próximas semanas”, afirma.
Tendência de alta
Marcelo Prado, sócio-diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), destaca que o comportamento do consumidor também contribui para o bom desempenho do setor.
“A pessoa compra uma peça, depois volta para levar mais duas. Isso gera um efeito de aceleração nas vendas”, explica.
A expectativa é que o bom desempenho continue enquanto o frio permanecer nas ruas. Para os comerciantes, quanto mais baixa a temperatura, maior a chance de aquecer os lucros.