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Fome atinge 3,2 milhões de lares no Brasil, diz IBGE; veja comparativo

País tem 21,6 milhões de domicílios em situação de insegurança alimentar, com forte desigualdade regional, de gênero e raça

Fome atinge 3,2 milhões de lares no Brasil, diz IBGE; veja comparativo
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Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (25), aponta que os integrantes de 3,2 milhões de residências brasileiras passaram fome no Brasil em 2023. Nesse caso, o dado se refere à situação de insegurança alimentar grave, quando todos os todos membros da família, incluindo crianças, foram submetidos à situação. Quando considerados apenas adultos que passaram fome (insegurança alimentar moderada), o número de lares é ainda maior: 7,4 milhões.

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Este é o quinto levantamento realizado pelo IBGE com a mesma abordagem metodológica e a primeira que vez que é incluído na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD): Segurança Alimentar 2023. A pesquisa também revelou um crescimento de 9,1% na quantidade de lares em situação de segurança alimentar (ou seja, quando a família/domicílio tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade) em relação à ultima pesquisa realizada pelo Instituto, em 2017-2018. Ou seja, 72,4% dos mais de 78 milhões de domicílios brasileiros, enquanto no levantamento anterior o percentual era de 63,3%.

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Os dados mostram também uma forte desigualdade entre as regiões brasileiras, com o Norte e Nordeste liderando os lares que passam fome ou possuem algum tipo de insegurança alimentar (com exceção de Rondônia, que tem 80% dos lares com segurança alimentar), enquanto o Sul e Sudeste possuem os melhores índices.

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Estados com os piores índices *

Sergipe - 50,8%

Pará - 52,3%

Maranhão - 56,4%

Amazonas - 57,4%

Piauí - 58%

Estados com os melhores índices *

Santa Catarina - 88,8%

Paraná - 82,1%

Rio Grande do Sul - 81,3%

Espírito Santo - 79,2%

Minas Gerais - 78,4%

* Percentual de lares com segurança alimentar

Se consideradas as médias regionais, o Sul possui o melhor índice, já o Norte, o pior:

1º Sul - 83,4%

2° Sudeste - 77%

3° Centro-Oeste - 75,7%

4º Nordeste - 61,2%

5º Norte - 60,3%

Desigualdade de gênero

O levantamento mostra que a situação de insegurança alimentar, de qualquer grau, atinge principalmente lares chefiados por mulheres, 59,4%, enquanto a proporção é de 40,6% naqueles chefiados por homens. Se considerado apenas insegurança alimentar moderada, o número é ainda maior: 60,6% (mulheres) e 39,4% (homens).

Desigualdade racial

No recorte de raça, quase o dobro de lares liderados por pessoas pretas possuem algum grau de insegurança alimentar se comparado com as pessoas brancas: 29% e 15,2%, respectivamente. No caso de pessoas pardas, o percentual chega a 54,4%. O grupo étnico-racial representa a maior parte da população brasileira, segundo o Censo de 2022. Nos casos de insegurança alimentar grave, a proporção de residências com responsável de cor ou raça parda atinge 58,1%, mais que o dobro do que foi observado nas casas lideradas por brancos, de 23,4%.

O que diz o IBGE?

O analista da pesquisa, André Martins, aponta que a concentração de insegurança alimentar permanece na região Norte e Nordeste, o que vem sendo observado em levantamentos realizados desde 2004, enquanto o Sul e Sudeste continuam com os menores índices.

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