DNIT altera caminho da BR-242 para a pedidos de povos originários do Xingu
Indígenas sugeriram novo traçado para evitar a derrubada de 40 km de área florestal
Após solicitação de povos originários do Xingu, no Mato Grosso (MT), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) acatou uma alteração da proposta de traçado da rodovia BR-242 que passava próximo ao Território Indígena. No planejamento inicial do DNIT estava prevista a derrubada de 40 Km de área florestal. Xinguanos propuseram uma alternativa para evitar o desmatamento..
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Na proposta inicial, a ligação entre os municípios de Gaúcha do Norte e Querência se dava diretamente, passando por regiões onde há a nascente do Rio Xingu. Em um novo desenho, haveria um contorno ao Parque do Xingu, passando pela cidade de Canarana.
Ao SBT News, o DNIT informou que além de acolher a reivindicação, "revisitou os estudos ambientais que já estavam em desenvolvimento".
"Essa sugestão de alteração de traçado foi aprovada pelo DNIT e remetida ao Ibama para análise e manifestação por parte do órgão licenciador, para a continuidade do licenciamento ambiental. O DNIT aguarda o retorno do órgão ambiental", explicou o órgão sobre o futuro da solicitação.
Outras reivindicações
Em outro trecho projetado para a BR-242, indígenas solicitam que o sítio arqueológico Kamukuwaká, sagrado aos povos da região e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), seja poupado.
Nesta situação, seria essencial inaugurar uma nova extensão de estrada em uma área de floresta preservada e erguer uma ponte sobre o Rio Batovi.
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Os xinguanos pleiteavam: ajustar o percurso proposto pelo DNIT, utilizando estradas e pontes já estabelecidas na área, desviando em 12 Km do precioso patrimônio histórico.