Diretor-geral da PF promete punição a assassinos de Marielle Franco e cita "falhas e incertezas" nas investigações
Andrei Rodrigues falou sobre caso solucionado 5 anos após o crime, em evento de 80 anos da PF; Lula cancelou participação
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, afirmou nesta quarta-feira (3) que as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), recém-concluídas pela PF, envolveu 5 anos de "falhas e incertezas".
Reunidos na sede da PF em Brasília, para o evento de 80 anos da polícia, membros da cúpula da segurança do governo federal, e com a presença do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e outros ministros, como o Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã da vítima, o diretor-geral da PF prometeu punição aos envolvidos.
"A elucidação do assassinato bárbaro de Marielle Franco e Anderson Gomes, ministra Anielle, após 5 anos de falhas e incertezas nas investigações foi uma prioridade assumida por nós, por ser uma resposta de fundamental importância que o sistema de justiça criminal devia, não só às famílias, mas à sociedade brasileira", afirmou Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF.
Executada em 14 de março de 2018, as investigações dos caso levaram à prisão os dois executores, os milicianos Ronnie Lessa e Élcio Queiróz - que confessaram o crime em delação premiada - em 2019.
Com idas e vindas, interferências, informações e falsos testemunhos, o caso Marielle Franco ficou em aberto até o último mês. Quando a PF apresentou relatório final do caso, depois de entrar nas apurações em março de 2023.
A PF indiciou os irmãos Domingos Brazão, conselheiro do TCE do Rio, e Chiquinho Brazão (União-RJ), deputado federal, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa, como os mandantes do crime. Apontou ainda intermediadores, auxiliares e os possíveis motivos.
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"É absolutamente inaceitável que forças políticas e servidores públicos se coloquem acima da lei. Todos os envolvidos responderão por seus atos. Podem ter certeza que trabalharemos arduamente para corresponder sempre à confiança e a credibilidade que a sociedade brasileira deposita na Polícia Federal", afirmou o diretor-geral da PF.
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