Publicidade

Dia do Folclore: quais são as principais lendas brasileiras?

No caso do Brasil, as origens das lendas se misturam com influências de mitos indígenas, africanos e europeus

Dia do Folclore: quais são as principais lendas brasileiras?
Conheça as lendas do folclore brasileiro | Reprodução/Wiki
Publicidade

Hoje, 22 de agosto, é Dia do Folclore. A data surgiu após o escritor inglês William John Thoms cunhar o termo "folklore", que significa "conhecimento popular", para definir as expressões culturais de um povo. No Brasil, desde 1965, a data está no calendário oficial para promover ações de incentivo e divulgação atividades e conhecimentos populares.

+ VÍDEO: Homem é mordido por cobra jararaca e leva o animal vivo a UPA no litoral de SP

O país, por sua vez, é repleto de lendas populares. No caso do Brasil, suas origens se misturam com influências de mitos indígenas, africanos e europeus.

+ Fumaça de queimadas na Amazônia chega até o sul do Brasil; entenda como

Muitos deles, inclusive, têm um ponto um comum: representam figuras que protegem as florestas e a natureza como um todo.

Veja as principais

Boitatá

Boitatá é um termo de origem tupi-guarani que, no Brasil, refere-se tanto ao fenômeno natural do fogo-fátuo quanto a entidades míticas associadas a esse fenômeno. O fogo-fátuo é uma espécie de brilho que aparece em áreas úmidas e é causado pela combustão espontânea de gases orgânicos.

No folclore brasileiro, o Boitatá é frequentemente descrito como uma serpente de fogo ou uma entidade flamejante que protege as matas e campos, afastando aqueles que causam danos à natureza.

É uma das primeiras figuras míticas registradas no país, refletindo a influência das tradições indígenas nas histórias e crenças locais.

Boitatá | Wiki
Boitatá | Wiki

Boto Cor-de-Rosa

O boto-cor-de-rosa é uma figura mítica bastante conhecida no folclore amazônico e tem uma coloração rosa distinta, que varia de um rosa pálido a um rosa mais intenso. Na mitologia, ele é descrito como um golfinho elegante e encantador.

Segundo a lenda, o animal tem a habilidade de se transformar em um homem bonito, geralmente com uma aparência charmosa e atraente. Durante a noite, ele assume essa forma para se aventurar em festas e eventos sociais, seduzindo jovens solteiras.

Ele também é considerado um espírito protetor dos rios e da floresta.

Boto geralmente é encontrado na região Amazônica | Wiki
Boto geralmente é encontrado na região Amazônica | Wiki

Cobra grande ou Boiuna

A Cobra-grande, ou Boiuna, é uma figura mítica na mitologia amazônica, geralmente retratada como uma serpente enorme, que pode atingir tamanhos impressionantes, com uma cor negra e brilhante, que também tem origem indígena. Ela é descrita como uma serpente gigante, muitas vezes associada a aspectos de poder e perigo nas histórias da Amazônia.

Muitas vezes associada a poderes sobrenaturais e pode controlar as águas dos rios e lagos, causar inundações e, em alguns relatos, pode até transformar-se em outros animais ou seres humanos.

Ela é frequentemente retratada como um guardião dos segredos das florestas e dos rios, e suas ações podem refletir o equilíbrio natural da região.

A Cobra-grande simboliza a força e a misteriosa força da natureza.

Cobra grande ou boiuna sendo representada no Festival de Parantins, em 2010 | Wiki
Cobra grande ou boiuna sendo representada no Festival de Parantins, em 2010 | Wiki

Curupira

O curupira é conhecido como o guardião das florestas. De acordo com as lendas, essa entidade possui cabelo vermelho ou laranja brilhante, que em algumas versões pode se transformar em fogo, segundo o Instituto Butantan.

Sua aparência é semelhante a de um homem ou um anão, mas uma de suas características mais marcantes são os pés virados para trás, o que serve para confundir e despistar aqueles que tentam segui-lo.

O Curupira é visto como um protetor da natureza, punindo aqueles que causam danos à floresta e seus habitantes.

Desde 1970 o estado de São Paulo instituiu o Curupira "como símbolo estadual do guardião das florestas e dos animais que nela vivem."

Curupira representado no Instituto Butantan, em SP | Instituto Butantan
Curupira representado no Instituto Butantan, em SP | Instituto Butantan

Cuca

A Cuca, diz a lenda, é uma bruxa que rapta crianças e que também pode ter a forma de uma velha ou de uma feiticeira com cabeça de jacaré, além de outras variações dependendo da região e da fonte.

Ela também pode ser uma entidade que assume a forma de um pássaro triste em ciclos de 1.000 anos, refletindo a ideia de uma força do mal que se renova constantemente.

A Cuca tem raízes na figura do "Coco" ou "Cuca" das lendas ibéricas, que era usada para assustar crianças e era associada a seres malignos. Essa personagem foi adaptada e ganhou novas características na cultura brasileira.

Na série "O Picapau Amarelo", do +SBT, a atriz Kelly Guidotti interpreta a Cuca, que ainda não teve seu rosto revelado.

Cuca, da série do +SBT, que ainda não foi revelada | Reprodução/+SBT
Cuca, da série do +SBT, que ainda não foi revelada | Reprodução/+SBT

Iara

Também conhecida como "Mãe d'Água" ou "Sereia das Águas", é descrita como uma bela mulher com longos cabelos negros ou loiros, pele clara e olhos verdes, vivendo nos rio Amazonas. Metade mulher e metade peixe, sua cauda é semelhante à de uma sereia.

A lenda diz que Iara atrai os homens com seu canto hipnótico e os leva para o fundo dos rios, onde eles se afogam ou vivem com ela para sempre. Em algumas versões, Iara é vista como uma entidade protetora das águas, punindo aqueles que poluem ou desrespeitam a natureza.

Há variações na lenda de acordo com a região do país, mas em todas elas, Iara representa o perigo e o fascínio das águas, além de ser um símbolo de poder e mistério feminino.

Representação de Iara | Wiki
Representação de Iara | Wiki

Lobisomem

O lobisomem é uma figura popular no folclore brasileiro, com fortes ligações às tradições europeias e indígenas. Acredita-se que ele seja uma pessoa que se transforma em lobo durante a lua cheia, geralmente como resultado de uma maldição ou de uma condição sobrenatural.

A mitologia guarani classifica o lobisomem como Luisón, que é o sétimo e último filho varão de dois personagens guaranis, Tau e Keraná, detentores do poder sobre a morte. Ele tem características de um lobo sul-americano ou a um macaco de olhos vermelhos, com barbatanas de peixe e um enorme falo (de anta).

A figura do lobisomem no Brasil é uma combinação de mitos europeus sobre homens-lobo e crenças indígenas locais, criando uma rica tradição que varia conforme a região. Em algumas versões, o lobisomem pode ser alguém que sofre de uma maldição, enquanto em outras, ele pode ser resultado de práticas de magia negra ou de pactos com entidades malignas.

Luison e uma representação do lobisomem feita por Mont Sudbury em 1941 | Wiki
Luison e uma representação do lobisomem feita por Mont Sudbury em 1941 | Wiki

Mula sem cabeça

A Mula sem cabeça é uma figura lendária do folclore brasileiro, frequentemente retratada como o fantasma de uma mulher que foi amaldiçoada por ter se envolvido romanticamente com um padre, segundo o Dicionário do Folclore, de Câmara Cascudo.

Como punição, ela é condenada a se transformar em uma mula sem cabeça, com chamas saindo do pescoço, galopando pelos campos do pôr do sol de quinta-feira até o amanhecer de sexta-feira.

O mito da Mula sem cabeça possui várias versões, especialmente no que diz respeito ao pecado que levou à maldição. Embora a história mais comum envolva a relação com um padre, outras variações mencionam diferentes transgressões que resultaram na transformação da mulher em uma criatura aterrorizante.

Independentemente da versão, a mula sem cabeça é vista como um símbolo de advertência contra a violação de normas morais e religiosas.

Mula sem cabeça | Wiki
Mula sem cabeça | Wiki

Negrinho do pastoreio

Segundo a tradição, o Negrinho do Pastoreio é descrito como uma criança escrava que sofreu injustamente, muitas vezes sendo maltratada por seus senhores ou sendo vítima de crueldade.

Em uma das versões mais conhecidas da lenda, ele é castigado e deixado à própria sorte para buscar um cavalo perdido. Durante a busca, o menino acaba sendo punido e condenado a vagar eternamente pelo campo, ajudando os que estão em dificuldades e realizando tarefas impossíveis, como encontrar objetos perdidos ou resgatar gado.

Apesar de sua imagem inicial ser de sofrimento e injustiça, o Negrinho do Pastoreio também é visto como uma figura protetora e benévola. Ele é frequentemente associado à boa sorte e à ajuda em situações difíceis, simbolizando a resistência e a resiliência diante da adversidade.

A lenda também reflete a história do sofrimento dos escravizados e a luta pela justiça e dignidade.

Negrinho do pastoreio em cima de seu cavalo baio | Wiki
Negrinho do pastoreio em cima de seu cavalo baio | Wiki

Saci-pererê

O Saci é caracterizado por suas travessuras e por sua figura única. Geralmente, ele é retratado como um menino negro de uma perna só, que usa um gorro vermelho e fuma um cachimbo.

Acredita-se que ele tenha origem entre os indígenas da Região das Missões, no Sul do Brasil, e, a partir daí, sua lenda se espalhou por todo o país, segundo Dicionário do Folclore Brasileiro, de Luiz Câmara Cascudo.

De acordo com o livro Folclore, de Gabriel Zanata, além de saci-pererê, ele é chamado, dependendo da região, de saci-cererê, matimpererê, matita perê, saci-saçurá e saci-trique

As histórias sobre o Saci envolvem suas brincadeiras, como assustar animais, bagunçar utensílios domésticos, ou enganar viajantes. Porém, em algumas versões, ele também pode ajudar aqueles que conseguem capturá-lo e pegar seu gorro, pois acredita-se que isso faz com que ele conceda desejos ou revele segredos, segundo Câmara Cascudo.

O ator Ricardo Pereira faz o papel do personagem na série "O Picapau Amarelo", da plataforma de streaming 100% gratuita +SBT, baseado na obra do escritor Monteiro Lobato.

Saci-pererê representado por J. Marconi e interpretado por Ricardo Pereira | Wiki/reprodução Instagram
Saci-pererê representado por J. Marconi e interpretado por Ricardo Pereira | Wiki/reprodução Instagram

Vitória-régia

A lenda, que tem origem tupi-guarani, conta a históra da vitória-régia, uma planta aquática, geralmente encontrada na região amazônica, que floresce à noite. A história de Naiá é um exemplo de como a mitologia indígena interpreta os fenômenos naturais e a criação das plantas, unindo elementos do céu, como a Lua e as estrelas, com a natureza terrestre.

Na lenda, a jovem Naiá se apaixona pela Lua e deseja se tornar uma de suas estrelas. Sua devoção é tão grande que, ao ver o reflexo da Lua no lago, acredita que finalmente será levada. Ao se lançar nas águas, a Lua, comovida por seu sacrifício, decide não deixá-la desaparecer, mas sim transformá-la em uma nova estrela, diferente das outras: a "Estrela das Águas", conhecida como vitória-régia

Essa planta noturna reflete o espírito da jovem, abrindo suas flores brancas durante a noite e mudando para tons rosados com o nascer do sol, simbolizando sua transformação e o amor não correspondido que foi eternizado de forma poética na natureza.

Vitória-régia é uma planta aquática encontrada, principalmente, na Amazônia | Wiki
Vitória-régia é uma planta aquática encontrada, principalmente, na Amazônia | Wiki
Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

Cultura
Brasil

Últimas notícias

Viatura da polícia explode após bater em árvore durante perseguição em São Paulo

Viatura da polícia explode após bater em árvore durante perseguição em São Paulo

Acidente foi registrado no Parque do Carmo, zona leste da capital paulista; policiais estão hospitalizados, um deles em coma induzido
No mundo dos negócios, o que importa é resolver problemas

No mundo dos negócios, o que importa é resolver problemas

As empresas precisam entender o verdadeiro trabalho que seus produtos resolvem para conquistar o cliente
João Campos lidera com 77% das intenções de voto no Recife, mostra Quaest

João Campos lidera com 77% das intenções de voto no Recife, mostra Quaest

Liderança com folga do candidato do PSB indica possível vitória no primeiro turno; Gilson Machado (PL), em 2º, tem 8%
Tramonte lidera (28%); Noman (20%) e Engler (18%) estão tecnicamente empatados no 2º lugar em Belo Horizonte

Tramonte lidera (28%); Noman (20%) e Engler (18%) estão tecnicamente empatados no 2º lugar em Belo Horizonte

Pesquisa Quaest na capital mineira mostra margem de erro de 3 pontos para mais ou menos
Quaest: Nunes (24%), Boulos (23%) e Marçal (20%) lideram disputa pela Prefeitura de São Paulo

Quaest: Nunes (24%), Boulos (23%) e Marçal (20%) lideram disputa pela Prefeitura de São Paulo

Pesquisa é a primeira desde que Marçal levou uma cadeirada de Datena durante o debate da TV Cultura
RJ: Polícia prende suspeito de provocar incêndio que devastou 2.700 hectares em Valença

RJ: Polícia prende suspeito de provocar incêndio que devastou 2.700 hectares em Valença

Homem de 61 anos foi identificado por meio de imagens de câmeras de segurança
ENGANOSO: Post engana ao omitir que salário de grevistas do INSS também foi cortado por Bolsonaro

ENGANOSO: Post engana ao omitir que salário de grevistas do INSS também foi cortado por Bolsonaro

Confira a verificação realizada pelos jornalistas integrantes do Projeto Comprova
Brasil Agora: STF autoriza abertura de inquérito contra Silvio Almeida

Brasil Agora: STF autoriza abertura de inquérito contra Silvio Almeida

Confira essas e outras notícias que serão destaque nesta quarta-feira (18); assista!
Polícia procura homem que tenta atacar mulheres na Mooca, zona leste de SP

Polícia procura homem que tenta atacar mulheres na Mooca, zona leste de SP

Câmeras registraram abordagem a vítimas, tentando forçá-las a entrar em um carro sem placa; suspeito foi identificado
Espanha condena torcedor a pagar multa de R$ 370 mil por racismo contra Vini Jr.

Espanha condena torcedor a pagar multa de R$ 370 mil por racismo contra Vini Jr.

Homem também foi proibido de frequentar recintos esportivos por dois anos
Publicidade
Publicidade