Desmatamento em Terras Indígenas da Amazônia é o menor em 6 anos
Segundo dados do Imazon, entre agosto de 2023 e março de 2024, houve uma redução de 42% na derrubada de floresta nesses territórios
As Terras Indígenas (TI) da Amazônia tiveram uma redução de 42% na derrubada de floresta entre agosto de 2023 e março de 2024, período conhecido como calendário do desmatamento. De acordo com o Instituto do Homem e do Meio Ambiente na Amazônia (Imazon), esse é o menor registro de destruição nesses territórios em seis anos.
Segundo a análise do Imazon, esse número é ainda mais expressivo quando se olha para março de 2024, que registrou 0,42 km² de desmatamento, ante 3,77 km² registrado em 2023, uma queda de 89%.
Para a pesquisadora do Imazon, Larissa Amorim, essa diminuição está associada a retirada de ocupantes não-indígenas das terras indígenas invadidas e a demarcação dessas terras. Ela alerta que é preciso continuar.
“Para que essa tendência de baixa no desmatamento continue e para que esses povos possam se manter protegidos, é necessário que o governo avance com os processos de demarcação e de desintrusão das terras indígenas invadidas. Isso deve ser prioridade, já que esses territórios são escudos contra o avanço da destruição do bioma”, comenta.
Um exemplo, segundo a pesquisadora, é a Terra Indígena Apyterewa, que já está há quatro meses seguidos sem aparecer no ranking das dez terras indígenas mais desmatadas, após liderar a lista por quatro anos seguidos.
“Em 2023, a TI Apyterewa esteve entre as mais desmatadas por seis meses consecutivos. A redução do desmatamento nessa área pode estar associada à operação de retirada dos não-indígenas que estavam em situação ilegal no território”, destaca.
Derrubada na Amazônia Legal segue em queda
O acumulado da derrubada em toda a Amazônia Legal entre agosto de 2023 a março de 2024 foi de 1.948 km². Esse é o menor valor da série histórica desde o calendário de 2018, segundo o Imazon. Apesar disso, o número ainda equivale a um território maior que a cidade de São Paulo.
Em relação aos estados, Amazonas, Mato Grosso e Roraima foram os que mais desmataram no terceiro mês do ano. Eles tiveram consecutivamente 28%, 26% e 25%, ocupando 79% da devastação em toda a Amazônia Legal, o que representa 98 km², área semelhante à cidade de Vitória, capital do Espírito Santo.
“A baixa consecutiva na devastação demonstra que as políticas de combate à derrubada na Amazônia estão sendo eficazes. Apesar disso, é preciso continuar com as ações de combate do desmatamento na região, focando principalmente nos territórios protegidos e nas áreas de intensa pressão", pontua Larissa.