Desaparecidos na enchente: o drama de quem aguarda por reencontros
Número de desaparecimentos no Rio Grande do Sul chega a 44; pais e filhos se reveem após resgates e trabalho de voluntários
Enquanto a água vai baixando e revelando toda a lama e destroços do que restou após as enchentes no Rio Grande do Sul, o drama de muitas famílias persiste: os desaparecidos. Segundo a Defesa Civil do estado, 44 pessoas ainda não foram encontradas.
No Vale dos Sinos, a cidade de São Leopoldo foi a mais castigada pelas inundações. Segundo a prefeitura, 180 mil foram diretamente atingidos. Carlos Eduardo Lassakoski dos Santos, um dos moradores, segue desaparecido. Quando a cheia começou, a família não teve mais notícias do jovem de 22 anos.
São Leopoldo registrou, até a exibição da reportagem, seis desaparecimentos. Destes, cinco pessoas foram localizadas, menos o rapaz.
A polícia recomenda que as autoridades sejam notificadas assim que o desaparecimento for comprovado. Já a Defesa Civil orienta que as pessoas verifiquem os nomes na lista oficial de desaparecidos. Se constarem, é preciso procurar a delegacia de Polícia Civil mais próxima para verificação e regularização dos dados.
Reencontros no meio do caos
O cenário de caos, em um dia de resgates intensos, pessoas são retiradas dos barcos e levadas a lugares seguros. Desabrigada, Margarete de Oliveira passou pela angústia de perder o contato com a filha. Após quase 24 horas separadas, elas se reencontraram em um abrigo.
Um dos reencontros foi proporcionado por uma professora. Mariane Batista publicou um vídeo dentro de um abrigo, onde atua como voluntária, e os familiares de José da Cruz puderam reencontrá-lo. Localizado, ele pode dar um abraço apertado na filha, que não via há dois anos.
Em meio a reencontros e reconstruções, as famílias que ainda não tiveram a mesma sorte seguem com a viva esperança de rever quem desapareceu naquela que é uma das maiores tragédias climáticas, naturais e políticas do país.