Deolane e Gusttavo Lima: saiba próximos passos da investigação e o vai e vem da Justiça
Desembargador Eduardo Maranhão contrariou ordens em primeira instância de Andréa da Cruz sobre investigados da Operação Integration
Investigados pela Operação Integration, Deolane Bezerra e Gusttavo Lima tiveram dias agitados. A influenciadora assinou, nesta quarta-feira (25), o termo de soltura após quase 20 dias detida em dois presídios de Pernambuco. Já o astro do sertanejo chegou a ter um pedido de prisão aberto, que foi revogado na terça-feira (24).
Agora, a próxima etapa processual está nas mãos da Polícia Civil do estado após o Ministério Público devolver o inquérito policial solicitando novas "diligências complementares indispensáveis".
Ao todo, 22 pessoas foram indiciadas, consideradas suspeitas de integrarem uma organização criminosa que teria movimentado R$ 3 bilhões em menos de três anos. O habeas corpus beneficiou 18 pessoas e, mais tarde, a medida foi cedida para Gusttavo Lima, totalizando 19 beneficiados.
Divergências judiciais
Gusttavo Lima
As decisões da Justiça envolvendo Deolane Bezerra e Gusttavo Lima evidenciaram uma divisão entre as instâncias, promotoria e Polícia Civil. O desembargador Eduardo Guillod Maranhão deu um 'puxão de orelha' na juíza Andréa Calado da Cruz, da instância primária, que foi quem expediu a ordem de prisão contra o sertanejo.
Na ocasião, Eduardo Maranhão apontou que Andréa da Cruz tomou a decisão em "meras ilações impróprias e considerações genéricas", sem qualquer evidência que justificasse a ordem de reclusão.
Em outro momento, ainda sobre o mandado de prisão contra Gusttavo, o desembargador destacou que a juíza preferiu se sustentar pelo que foi apresentado pela autoridade policial ao invés do Ministério Público, que sugeriu outras medidas preventivas no lugar da detenção.
De acordo com o desembargador, Andréa da Cruz sustentou o pedido de prisão contra o cantor por Gusttavo ter deixado duas pessoas investigadas a viajarem com ele para a Grécia, em 1º de setembro, o que Andréa considerou conivência com foragidos da Justiça.
No entanto, as ordens de prisão preventiva das duas pessoas foram expedidas no dia 3 de setembro, dois dias após a viagem.
Deolane
No dia 3 de setembro, a juíza determinou a prisão de Deolane e da mãe dela, Solange Bezerra. As duas ficaram detidas no presídio Colônia Penal Feminina do Recife.
Seis dias depois, o desembargador flexibilizou a medida da juíza e determinou prisão domiciliar para influenciadora, considerando que ela é ré primária, os "bons antecedentes", a provedora do sustento da família e por ser mãe de uma criança de oito anos.
Mas, ao sair da prisão, Deolane descumpriu a restrição de não falar com a imprensa e de se comunicar nas redes sociais, sendo presa novamente no dia seguinte.
Por fim, na segunda-feira (23), a juíza Andréa da Cruz teve mais uma decisão contrariada pelo desembargador. Dessa vez, Eduardo Maranhão acatou o habeas corpus que permitiu que 18 investigados respondessem em liberdade, incluindo a influenciadora e Solange.
"A partir do momento em que o Órgão Ministerial não se mostra convicto no oferecimento da denúncia, mostram-se frágeis a autoria e a própria materialidade delitiva, situação esta que depõe contra o próprio instituto da prisão preventiva prevista na norma adjetiva pena", disse o desembargador, na decisão.