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Crianças perdidas durante enchente em Canoas já estão com famílias, diz promotor

Menores acabaram se separando dos responsáveis durante socorro; espaço de acolhimento tem sido alvo de desinformação

Imagem da noticia Crianças perdidas durante enchente em Canoas já estão com famílias, diz promotor
Joel Vargas / GVG
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O promotor de Justiça da Infância e Juventude de Canoas (RS), João Paulo Fontoura de Medeiros, esclareceu nesta terça-feira (7) que todas as crianças que foram socorridas sem seus pais durante as fortes chuvas que atingiram o estado já estão com familiares.

Segundo ele, durante os resgates as crianças foram priorizadas e, em alguns casos, levadas sozinhas para um espaço de acolhimento na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Uma busca ativa, feita pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul e pelo Conselho Tutelar de Canoas, encontrou nove menores de idade nesta situação. Oito deles já reencontraram seus parentes.

Os familiares de uma adolescente, de 17 anos, não foram encontrados e ela foi encaminhada para um abrigo municipal.

Medeiros destacou que a entrega das crianças só foi feita após a apresentação de documentos que comprovassem o parentesco e também após resposta positiva da criança ao ver e reconhecer o familiar.

"Teve todo esse cuidado, um cuidado excessivo, porque em alguns casos ficou muito claro que a criança era familiar realmente, mas estamos lidando com crianças. Mesmo tendo todo esse cuidado, já existe uma quantidade gigantesca, colossal de fake news, atrapalhando a atuação de todos aqui. Imagina se não tivesse todo esse cuidado?", disse.

Nas redes sociais, há muita desinformação circulando sobre o acolhimento das crianças desacompanhadas. Boatos de que menores estariam sendo abusados ou raptados em abrigos se espalharam. Algumas postagens falam em mais de duas centenas de crianças. O promotor nega.

De acordo com Medeiros, o trabalho realizado pelos conselheiros tutelares e por voluntários agora é entrar em contato com familiares que, em algum momento, reportaram que procuravam por crianças. Muitos deles, quando contactados de novo, esclareceram ao MP que encontraram os menores na casa de outros parentes.

"Começou uma peregrinação de parentes. 'Meu primo tá desaparecido', 'não encontrei meu sobrinho', esse tipo de coisa começou a aparecer. Nós formamos uma tabela e começamos a levantar esses dados para verificação junto aos locais. Um checklist está sendo feito, por meio de telefone mencionado na lista, e nós estamos batendo todos os dados para fechar essa lista até zerar", afirmou.

233 crianças ou adolescentes que foram tidos como desaparecidos pela família já foram reencontrados. Na lista do Conselho Tutelar ainda restam 98 menores, que seguem sendo monitorados, explica o promotor.

"Em muitos casos, já foi contatado um ou outro familiar, mas não se exauriram os contatos da família. Por isso é que seguem na listagem de 98 que precisam ser checados", disse.

Também pelas redes, fotos de crianças estão sendo divulgadas por perfis criados com a intenção de ajudar no reencontro. Mas o promotor alerta que essas publicações são feitas sem o consentimento do Ministério Público e expõem as crianças e seus nomes.

Publicação no Instagram expões crianças que estariam desacompanhadas em abrigos após chuvas no RS | Reprodução
Publicação no Instagram expões crianças que estariam desacompanhadas em abrigos após chuvas no RS | Reprodução

"O canal oficial estabelecido é por meio do Conselho Tutelar de Canoas, conforme determinação que remeti aos locais de acolhimento. Nós não vamos fazer uso de Instagram ou qualquer meio de comunicação não-oficial, até como forma de preservar as crianças", disse Medeiros.

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